Se houve uma expressão que resumiu com maestria e exactidão o que o debate do Orçamento do Estado para o novo ano de 2017 foi, foi a sacada de João Almeida sobre a retórica exasperante que um PS em sobrevivência engajada com os parceiros de uma Esquerda Radical são: idiotas úteis.

Melhor dito não poderia ter sido, sobretudo quando Heloísa Apolónia, verrinosa como de costume, usa dita expressão para adjectivar os co-signatários do Memorando de Entendimento que nos fez chegar a este paradigma de crispação ideológica e insalubre injustiça Social.

Quem foram então os idiotas úteis que serviram para esboçar esse plano tão desastroso que determinaram a assistência financeira assistida pela Troika?
Pois bem, se para o mal são PSD e CDS, na ignorância histórica de Heloísa (a quem é aplicado dito término), foi também o Partido Socialista, comparsa de pacotilha que no momento seguinte, caído o Carmo e a Trindade de uma nova Revolução sem que sequer houvesse uma hipotética Abrilada Absolutista, se esquivou de dar a cara fosse oportuna a oportunidade.

A versão Marxista do Partido Socialista cumpriu já um ano e escutar, numa agonia eleitoralista, a culpabilização da actualidade presente na pesada herança dos últimos quatro anos descredibiliza o misticismo cínico que esconde o sorriso do Primeiro Ministro.

Uma Casa Portuguesa.jpg

É verdade que a saída limpa da Troika foi exagerada, mas esse facto não evitou a vitória da coligação PàF nas legislativas, dando vazão ao muro ideológico que se ergue hoje no hemiciclo, contrariando tudo o que foi publicitado.

A notória incapacidade revela-se pela estratégia, engenhosa e enganosa onde, desde logo, o Ministro das Finanças – o 4º posicionado numa humilhante hierarquia – Mário Centeno se rebaixa a promover ideias e ideais para logo os desmentir.
Se prometeu, descomprometa-se.
Se era 2,9, que seja 0,9.
Se não é a CSI é o saque Mortágua.
Se não é imposto directo é indirecto.
Se não são 25€, que sejam 10€. Melhor 4.
No final, a não ser falha do Governo, é PSD e CSD.

Vivemos um novo tempo, verdade.
Estamos perante um governo populista, uma Sociedade dominada pelo mínimo denominador comum.
O executivo visita as capitais de distrito apresentando as suas propostas como se em época eleitoral estivesse, ou, num reflexo totalitário, um regime se instalasse.

A anestesia é uma forma de vida onde a mesmice impera e os playbacks da Maria Leal são o escape das massas que a criticam mas deliram com a sua miséria. E assim seguimos, idiotas úteis, todos, tristes assistindo como se o mundo não mais existisse.

Ontem uma trufa, 618 grs, 30 mil euros, prestígio em televisão de sinal aberto para servir o prato desta miséria nacional.
Hoje orçamento, qual orçamento?
Ah não, PSD e CDS…

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