Há um inegável facto que nenhum político, quer de Esquerda, quer de Direita, diz quando fala de boca cheia para dizer que foi eleito ou fala pelo Povo Português: 43% do Povo absteve-se de votar.

Logo, quem não vota, não entra nesse mágico número de votantes que eles dizem representar.
E como a representatividade parlamentar não é proporcional à abstenção populacional, não se sabe qual teria sido o real resultado das eleições caso o voto fosse obrigatório, uma vez que a Esquerda sempre foi muito mais participativa.

Mas vamos à verdade desta mentira perpetrada pela União das Esquerdas que vivemos nesta neo-realidade Parlamentar.

Há uma intrínseca e cativante comicidade na palavra de rumor político que o deputado Paulo Portas usa ao definir a União de Esquerda Comunista como o “politburo” do PCP, mas a verdadeira piada foi quando ainda em candidato a Vice Primeiro Ministro dizia do PEV, o partido da Coligação da CDU, ser como a “melancia: verde por fora, vermelho por dentro“.

 

PEVides.jpg

 

Só que no debate parlamentar (para que não seja para lamentar) a verdade desta mentira de suporte técnico, onde uma maioria unida apoie um Governo não eleito, é que rápido rápido um empate surgirá.

Basta o PCP ver atendidas as suas vontades – e elas estão na linha da frente – para que depois o seu apoio que gera essa maioria negativa de apoio ao PS se esfume numa básica conta matemática de empate e o PEV se desligue desse cordão umbilical que, assume, nunca existiu.

 

Vejamos:

Nas eleições de 04 de Outubro, a coligação Portugal à Frente (PSD/CDS) obteve 107 mandatos (89 do PSD e 18 do CDS/PP), o PS elegeu 86 deputados, o BE 19, a CDU 17 (dois do PEV e 15 do PCP) e o PAN elegeu um deputado.

Assim, o PSD e CDS/PP juntos têm 107 deputados.

Por outro lado a União das Esquerdas, PS + BE + CDU, totaliza 122 deputados.

Mas lá está, por ser a polpa da melancia indigesta, sobra apenas a casca verde.

Desta forma, subtraindo o vermelho de sindicatos, trabalhadores e proletariado, satisfeitos com a demanda atendida, sobram, nestas contas de merceeiro, 107 deputados.

 

Perante este empate técnico, em que o juiz que desequilibra a balança do contrapeso se chama André Silva, o deputado eleito do Partido Pessoas-Animais-Natureza, resta saber para que lado se vira o abstencionista desta neo-nova-legislatura.

Porque tudo não passa de uma verdade mentida.
Quando pouco mais da maioria dos Portugueses foi às urnas decidir quem neles governa, toma as decisões, nessa visão que agora se assume ser a de uma Democracia estrita e Parlamentar – com os poderes Presidenciais diminuídos – quem mesmo sabe dizer quem é o seu deputado eleito? Ou se ele sequer tem referências para o cargo a que se propõe ocupar?

 

Afinal quem são estas 230 pessoas que ali estão, sentadas, debitando palavrosas palavras, numa revanchista construção binomial de éticas ideológicas que aqui nos trazem: a um País feito de mentiras que se procuram ser verdade.

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