Quebro o silêncio imposto, reduto da sanidade pós Trump, reflexo macabro desse 6 de Janeiro, pois a valoração informativa da opinião faz-se mais relevante que a noticiosa.
Achei que estaria num ano sabático e o meu retorno (nunca um regresso), viria ao som escrito de Roberto Carlos, “Ilegal, Imoral ou Engorda”. Mas não.
São estranhos os tempos que vivemos.
O excesso de transparência não permite intimidade, privacidade, secretismo até.
Estamos na senda da purga por dilacerar valores conservadores que sustentam (sustentaram?) a Sociedade Ocidental, tudo com este objectivo de sermos “woke”, despertos e atentos aos problemas como se eles, nem nos tocando, fizessem parte do nosso ADN
A opinião já mais não é só do café. É do comentarista televisivo, do advogado e legislador. Até certeza do covarde facebokiano.
A verdade passa por se ser assumidos, públicos, e com as opiniões em voga. Se em contra ou com mácula passada, cancelados somos.
Segredos, privacidade e intimidade que permitiram fundar revoluções mais existem. Morte ao Comunismo; Fascismo nunca mais, Opinionismo de menos!

A Liberdade feita libertinagem hoje, vive prisioneira desse escrutínio. Tudo até a purga apanhar um desses moralistas que tudo querem desvelar ser pego num ‘secreto’ segredo.
Mas dê-se tempo ao tempo, esse cura tudo.
Vivo condenado a fazer o que não quero, então bem comportado às vezes eu me desespero.
Se faço alguma coisa sempre alguém vem me dizer: isso ou aquilo não se deve fazer.
Restam meus botões, já não sei mais o que é certo…
E como vou saber o que eu devo fazer? Que culpa tenho eu?
Me diga amigo meu, será que tudo o que eu gosto é ilegal, é imoral ou engorda?