Não sei se assisto ao fim de algo, princípio talvez, mas seguro no entretanto disso estou, e por tal, dado que este legado escrito por aqui vai sobrevivendo entre as poucas visitas semanais – para não dizer mensais – vai ter o seu anunciado fim aqui. Aprendi que quem vive de memórias são os livros de história, e quem sabe um dia estas crónicas encontrem num o seu refugio, mas por hora, o seu minuto cristalizou-se nesse indelevel momento a ser retido e esquecido para leitura futura.

O mundo vive essa permanente mudança e nesse apanágio da opinião sem fundamento, a minha, onde a pesquisa e leitura dos factos entra de encontro com a evidência reluctante do escapismo fácil do obsoleto, prefiro dedicar-me à introspecção e partilha privada onde o adstringente não sejam tumulto de ataque e achaque social em rede pública.

Desde dia 6 de Janeiro de 2021 que o molde cognitivo, pertença da construção Democrática Ocidental, se esvaiu quando o Capitólio Norte Americano se viu invadido num declarado acto de inssureição camuflado de patriotismo. De lá para cá o negacionismo inverosímel tem se tornado na realidade que não concebe lugar são numa Sociedade a cada dia mais doente em se ver reflexo de uma pandemia que nos estagna em busca de salvação. Vivem-se estranhos tempos onde o pós democrático surge e se revela. O futuro da Democracia Sucessória: a Democráxia, essa galáxia populista de ‘istas’ ; ‘ismos’; sufixos e sufocos que cerceam a liberdade que o individuo escolhe condicionar-se.

Não são alarmismo, são reflexos de uma maior introspecção. Dessa mundivisão onde a justiça logra, por defeito, ilibar Sócrates e punir crimes mundanos perante o olhar complacente da Sociedade atónica e serena, feliz pelo seu 25 de Abril, lutadora pelo seu 1º de Maio, mas fugaz com os seus direitos e juizo sobre os mesmos.
E aqui coloca-se o dedo sobre a ferida, neste lodo cibernético onde as opiniões morrem e os avisos ficam como essa memória museológica para reflecção futura: Para quê? Por quê? Quem a lê?
Que exorcizar mental é este que me/nos propala a escrever e tornar num desses Velhos do Restelo quando o que se procura é a eterna juventude e o “Restelo”, como figura de estilo, já mais não existe.
Venham os filtros digitais e as poses ensaiadas, fotos e factos de alternância e vidas feitas à medida de uma Sociedade da sua opinião, sempre pública e publicada.

De hoje a sempre, à memória futura, farpas são lembraça desse futuro passado, eterno amanhã.

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