Seguramente que o país entrou num denso nevoeiro, nessa expectativa apregoada na memória de um dia, em que o desígnio salvador voltaria para salvar a mácula infligida na Pátria Lusa.
Se a dicotomia energizante o faz crer para uma metade que se crê em glória, a outra se percebe intoxicada pelo fumo tóxico que a envolve ao invés da dita neblina de Esperança apregoada.

São vultos que provocam o achaque viral entre o facto do argumento e a mentira da palavra dada.

Mas e se na verdade, entre o acto heróico propagado como sendo mérito e o desaire anunciado como a causa do naufrágio, algo de ponderável se pudesse retirar desse funâmbulo obnubilado que auto se designou o primeiro Primeiro Ministro não eleito da Democracia Constitucional Portuguesa?

Se Deus Ex-Machina tudo explica, quem sabe estejamos a assistir ao princípio de algo genuinamente novo na transigência política do descalabro Europeu. A coincidência de tempo, entre o ajuste directo e a data acertada, do que foi um plano que se desfez para ser refeito coincide com a chegada desse efeito inesperado e expectável.
É a usurpação Humana da Terra. Dessa ‘Amistad‘. Da nova solução final.

Só que esse algo novo que se nos apresenta não é mais que um alíbi para o que, na tentativa de fuga, não foi, de facto, realizado.
Se o ardil de saque era a honra de uma palavra dada, agora na revisão da mesma, a estratégia é culpar a imposição de uma realidade ora desconhecida ora incómoda.
Num revisionismo negocial mais parece uma clara confusão entre regra e protocolo, o deleite populista político que une os condenados.
(será um bluff, uma poker face?)

poker face.jpg

Mas como as soluções não podem fugir de uma realidade galopante, daquilo a que se chama sustentabilidade, o percurso a escolher não pode cair numa aparente contradição. Se o dar com uma para tirar com as duas não assenta em ficção, algo tem de ocorrer.
Sem uma eutanásia pensionista só nos resta uma maior imposição.
Por isso o OE’2016 se viu visto, revisto e realista. Piorou? Claro que sim, mas a vida real não é a apoteose facilitista de Direitos intermináveis que uma suposta Geringonça política nos faz crer. A Constituição contempla obrigações, ainda que as mesmas fiquem iniquas na corda bamba actual.
O pecado da ingerência governativa ocorre por ai, na diferença entre o pagador privado e o beneficiário da função pública.

O honor palavroso do funâmbulista perde-se entre o denso nevoeiro que o constrange e torna volátil.
O
PS do Estado Social divide Portugal ao retalho sindical.
Afinal o Salvador é apenas mais um (mau) actor.

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