A diferença inerente entre regra e protocolo é clara.
Quebrar uma regra é quase uma instituição adquirida para se singrar num mundo oportunista de negócio.
Quebrar um protocolo é sina para malograr tudo o que a regra quebrada logrou conseguir.
Vamos por partes.
re·gra
substantivo feminino
1. Régua.
2. Norma; exemplo; prescrição; modelo.
3. Estatutos de algumas Ordens religiosas.
4. Boa ordem; moderação; economia.
5. Linha (escrita ou impressa).
6. [Matemática] Operação aritmética (adição, .subtracção, multiplicação ou divisão).
pro·to·co·lo |ó|
substantivo masculino
1. Formulário.
2. .Ata de conferências celebradas entre ministros plenipotenciários de diferentes nações, ou entre os membros de um congresso internacional.
3. .Registro em que o escrivão do juízo relata o que se passou na audiência.
4. Regulamento que se observa em alguns .actos públicos.
Assim sendo, fazendo jus ao significado e significante, numa clara diferença, quando se aplica esta simples definição, pode-se concluir que, Yanis Varoufakis é o resultado eficaz da aplicação da conjugação invertida do efeito de um protocolo quebrado querendo cingir-se a regras delineadas.
Ao assumir o seu posto de Ministro das Finanças Rock Star, spot on, onde man show, caixeiro viajante Europeu, numa ‘Rainbow Tour’ a lembrar os idos de Evita, o que era um protocolo transformou-se numa lição de estilo e moda sobre a utilização de gravatas, de andar em transportes públicos, adormecer frente às lentes dos jornalistas, e claro, andar de mochila às costas.
As regras quebravam-se com eloquência e sentido.
Tudo até ao cachecol Burberrys.
Daí em diante as regras que se poderiam quebrar entraram nesse protocolo de tweets e blogues onde o conteúdo de reuniões à porta fechada – essa salsicha que se come quando está feita mas não queremos saber como se fabrica; eram todos postos para fora, in loco, para que a imprensa incendiasse a coerência e sentido de Estado que o desfecho pudesse ter.
A política já não era um sentido consensual. É arbitrário e comunitário. Em que a ignorância global, de temas em que a maioria não percebe o que se trata, são alvo da especulação e ponderação errónea.
É dar, numa licitude questionável, o poder de escolha ao voto popular, mas sem que este perceba o dano colateral daquilo que decidiu escolher.
É fazer da teoria lógica, razão emocional.
Foi, a meu ver, numa frase que repugno em consciência, a perfeita aplicação do dito popular:
“Quem sabe faz, quem não sabe ensina.”
Porque Varoufakis, o didata apolagético da reforma ensinada, não aprendeu algo muito simples.
A teoria é bonita no papel. Aplicada na prática corre o risco da arbitrariedade e não seguir a linha da ponderação objectiva.
E a gestão de controlo de riscos, como o seu artigo publicado no Alemão ‘Die Zeit’ são prova disso mesmo.
Assumir a palavra dada de alguém naquilo que é uma reunião à porta fechada, dizendo não se tratar de teoria mas sim de prática, é sina do derrotado.
Linguisticamente, numa apropriação livre:
Varoufakis é o significado. Já o seu ‘afastamento’ Governamental o significante.
Tudo promessas aplicadas.
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