De há um tempo largo para cá tenho sentido uma mais feroz crítica em mim, nesse aprofundar humorístico, acerca da caracterização daquilo a que chamamos Democracia.
Tenho feito quadros clínicos em que a Democracia se torna uma pomada anestésica, faz-se guia de mobiliário em kit, ou serve apenas de jogo vocabular entre esse Demos muito crítico.
Mas dito isto sou mesmo o primeiro a ir, de espada retórica em riste, defender essa velha Dama para dizer que a mesma não está em risco, pois não é a Democracia que falha, seremos nós na sua interpretação.

Ou será que somos? Afinal vivemos em Democracia?

Vou ser muito objectivo e começar por uma definição de Democracia, sendo nesse sentido bastante Democrático.
Recorro à Wikipédia porque se trata de uma Enciclopédia Universal onde todos são livres de lá colocar informação e ao mesmo tempo todos a corrigirem sob uma mesma igualdade.
É equilibrada, igualitária e justa, corrigindo-se sempre que necessário.
Sobre a Democracia, na sua definição mais lata, diz:

Democracia é um regime político em que todos os cidadãos elegíveis participam igualmente — diretamente ou através de representantes eleitos — na proposta, no desenvolvimento e na criação de leis, exercendo o poder da governação através do sufrágio universal. Ela abrange as condições sociais, económicas e culturais que permitem o exercício livre e igual da autodeterminação política.

Só que o princípio Democrático da dita igualdade desde logo acaba nesta definição.
Mal se usa a palavra todos, referindo-se aos cidadãos elegíveis que participam igualmente, se demonstra a fraude política, económica e social que temos vivido.
A representação eleitoral que escolhe políticos aptos a nos governar não é, de todo, total. A abstenção é cada vez mais crescente e o princípio lógico de que seria o todo a escolher posto em causa.
Mais, estamos a eleger representantes para que cumpram programas com promessas que sabemos de antemão não serem capazes de cumprir, numa lógica onde a ideologia é o que interessa.
Os políticos não são os melhores entre os seus pares. São um produto maquinado, maquilhado e que se provará aquilo que a maioria considerar mais oportuna para gerar o voto unânime.
Dividimo-nos entre certos e errados, a teoria dos fascistas contra os comunistas, nunca havendo um ponto comum.
Uma pirâmide de ascensão onde o divisor é o ostracismo.

Mas e se a pirâmide fosse invertida?
E se na verdade aquilo a que chamamos de Democracia fosse na verdade um Governo Representativo?

O que é então a Democracia afinal?

Texto escrito e baseado nos videos #WHYDEMOCRACY, uma reflexão interessante sobre a Sociedade contemporânea e a problemática actual do regular funcionamento das Instituições.
Estão elas a funcionar regularmente? Na sua forma sim, no seu conteúdo não.
Os representantes populares não representam o Povo. Representam alguns cidadãos, escolhidos fora dessa transparência necessária para que a Sociedade melhore.
Acho que está no tempo de se inverter a pirâmide. Sem ideologias, falsas morais ou populismos. Antes com lógica de razão e bom senso.

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