Provir é por norma algo natural e que deve estar ao alcance de todos.
Não será à toa que a Divina Providência, essa que na Teologia, se diz ser a que se refere ao poder Supremo – Superintendência ou agência de Deus; sobre eventos na vidas das pessoas por toda a História.
No fundo é o desígnio prévio sobre tudo o que irá acontecer. Uma presciência adquirida de que tudo está escrito, ainda que em linhas tortas.
Quando a 21 de Novembro de 2014 o Eng. José Sócrates é detido, mediaticamente gravado pelas lentes da SIC e CMtv, a comprovação de uma providência era feita.
Anos a fio de rumores, boatos e mal dizeres eram agora, ainda que em surdina, comprovados pela forma como, pela primeira vez, um ex-líder da Nação Democrática se via cercado pelas teias da Justiça.
A não haver certezas num processo opaco que depressa se tem vindo a fazer claro pelas sucessivas e perpétuas fugas de informação, a verdade é que com a informação lançada tal qual gasolina sobre um âmbar acalentado, o fogo dilacerante que surgiu, entre possíveis desmentidos, foi a certeza de algo muito concreto:
Carlos Santos Silva e José Sócrates são mesmo amigos de longa data.
Um emprestou ao outro muito dinheiro, mais do que dois amigos, numa relação comum, emprestam, e por último, José disse que, a bem da verdade, iria pagar todos os empréstimos recebidos por via obliqua do se grande amigo.
E aqui, neste facto tão real e concreto entra a providência, quase santa, que quero especular.
Tomo por inocentados todos aqueles que se consideram ser, até que a Justiça, comprovada pelo concreto e imutável facto inegável, se faça justa prova acusatória de que algo possa ser julgado e feito refém de um crime.
Vamos supor que José Sócrates não tinha sido cercado pelas teias de uma ardilosa investigação e o ataque dos ditos empréstimos, a escabrosa Histórias de dinheiro trocado a título de fotocópias, apenas se saberia na arena política do ataque eleitoral.
Vamos supor que nessa jogada retaliatória o partido Socialista conseguia eleger o Engenheiro para Presidente da República.
Nesse momento teríamos Sócrates o Presidente.
Um Homem com avultadas dividas a um amigo, e com acesso a um salário de Estado que não lhe permitiria fazer o saldo dessa dívida sem que, como se percebeu, tivesse que continuar a recorrer aos prestamos financeiros de Carlos.
Elegendo-se em 2016, ficaria em Belém até 2020, ano em que sairia da ‘Casa Rosada’ com 63 anos, isto se não fosse reeleito para um segundo mandato, coisa rara neste País de brandos costumes.
Ou seja, sairia de Belém um senhor de 67 anos, rumo directo à reforma compulsiva, sem que lhe fosse possível trabalhar por conta própria para provir a divida feita, a não ser que usasse a sua reforma do Serviço Público prestado a Portugal e aos Portugueses.
É conhecido o seu gosto do gasto, sendo que nos anos em que serviu como ‘Primeiro Primeiro’ da Nação rumo à Troika, a suas despesas pessoais de representação foram de 460.000€, uma média de 210€ por dia, incluindo sábados, domingos e feriados, por tal que a dita devolução do dinheiro que tomou, como admite o próprio e o seu advogado, seria feita quando e como?
A Divina Providência provem a cada um e cada qual na forma como demonstra a sua forma pragmática de encarar a Vida Social(ista) que leva.
Ou quando uma mão empresta, a outra dá.
Da forma que sabe.
É crime? Não.
É Providência.
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