“Leis, como salsichas, deixarão de inspirar respeito na proporção em que sabemos como elas são feitas.”
Otto von Bismarck (atribuída)
Manto da Consciência
A sobrevivência hostil de um ideal onde a mudança não se produz pela destruição real da guerra, tal como ocorria à 70 anos atrás, tem necessariamente de ser criado pela destruição Humana do existente: a reputação.
O diáfano manto que tornou o Ocidental Mundo da Democracia num reduto de protecção, roubo-lhe a capacidade de criação sobre uma destruição bélica necessária.
Não é um apelo à Guerra, antes uma constatação de que o Ser Humano sempre fez da adversidade o seu campo de batalha na criação do sucessivo progresso.
Só se edifica perante o legado passado, e se sobre ele nada se pode alterar, nada se acrescenta.
Tudo fica estagnado.
Hoje o ‘nosso’ Mundo está estagnado.
Faz um tempo a jornalista Clara Ferreira Alves invocou Salazar como cobarde por ter mantido Portugal neutro nessa última grande batalha à escala deste Universo Humano. Perante a Sociedade, em que nos tornámos, dou razão à clareza de Clara.
Se Salazar tivesse tido a audácia de enfrentar um Eixo Aliado, ou ter-se feito Aliado de um Eixo, quem sabe a moral e bons costumes do respeito nesta terra de brandos costumes imperasse um pouco mais.
Algo, ao ser destruído, teria que se reconstruir na base da sua ausência, não ficar contaminado pela sua própria estagnação.
Mas não.
É sintoma adverso da prosperidade do capital.
Estamos velados a este manto de consciência social.
Confiamos, quem sabe talvez, na Justiça que temos.
Acreditamos, hipoteticamente, nos que nos Governam e naqueles que fazem da Oposição a sua cifra oportuna.
Temos, em lembrança imediata, o respeito pelos nomes das Famílias que sempre estiveram na Praça deste Império.
Lemos, num pré-não-aceite AO’90, os sintomas noticiosos que nos infectam.
Vemos, em directo, tudo a acontecer sem nada querermos fazer.
A consciência é esse manto, diáfano, que nos protege a sós, mas se insurge em Sociedade.
Confiamos demasiado em tudo o que Acreditamos ou Temos.
Naquilo que Lemos e Vemos, pois se todos são suspeitos, desde um Primeiro Ministro em funções, um ex que está preso, até ao anónimo cidadão delatado por quem o deveria proteger, num escarro que as câmaras de filmar não gravaram, porque acreditamos na insuspeição dos Meios de Comunicação?
A guerra da destruição já mais não se faz nos campos de batalha, onde o que se destrói serve como área fértil para plantar nova semente a germinar.
Será que o sol nasce para todos, há correio pela manhã, os pontos estão nos i’s, ou tudo não passa de um enredo público?
Hoje em dia a guerra faz-se nos Media, nos insuspeitos, naqueles que nos informam – sem manipulação; de tudo o que, a não ter ocorrido, vai, certamente, acontecer.
Reputação: manto de consciência bélico para a guerra do séc. XXI.
Status: a ser destruído.

Comentaristas
A Sociedade política Nacional Portuguesa reduziu-se a ser o que pode.
Citando o Primeiro Ministro em funções, na sua recente biografia autorizada: ‘Somos o que escolhemos ser’.
E assim parece ser.
Há festa, festim, fartar vilanagem.
E depois que se lixe o mexilhão.
No final, nesse fim interminável, chegam os moralistas do apocalipe inconveniente.
Os Comentaristas de serviço.
Só que, e mesmo tendo a maioria qualificada um rosto, são todos eles, sem excepção da presente actualidade, meros apócrifas.
A verdade é que se o Hemiciclo é o luxo do lixo Nacionalista da Pátria do Império à deriva, as televisões, jornais, sites, blogues, facebooks, uma miríade de tudo o que de viral pode vibrar e fazer fausto de atenção, serve para se dizer aquilo que nada serve: as mentiras que fazem a verdade da hipocrisia de cada um.
O pout pourri dilacerante entre a Direita, Centro e Esquerda, numa miscelânea de mixórdias, onde a graça é sempre engraçada, e a seriedade nunca tem voz de ser séria, é o problema que fazem desta a perfeita analogia de uma Sociedade parecida com Sodoma e Gomorra, prontas e aptas para o dia do Juízo Final, quando a Fúria dos Céus cair em cima dos ditos pecadores de limpa moral, e a justiça dos justicialistas não mais varrer o bem de alguns pelo mal de outros tantos.
Tout court
Há na Europa, ou Mundo Ocidental – essa Luz de ideal Humanitário: Liberdade, Igualdade, Fraternidade, uma razão inversa ao ónus da prova.
Se por um lado somos regidos por maus políticos – ou a isso os sucessivos casos de corrupção, desmembramento de políticas, ideais de Esquerda e/ou Direita, ‘surgência’ da insurgência, Extremos extremados e fuga para a possibilidade do permitido, a verdade é que num Mundo de abstinência cada vez mais se reporta uma abstenção nas urnas preocupante.
A questão integral da sustentabilidade, ligada a idioticos jargões populistas como empreendedorismo, criaram um afastamento da vontade de perpetuação da espécie enquanto prazer de concepção arbitrária.
Agora a vida Humana, a geração que se segue, é ponderada mediante o que dela se vai obter, ou pior, aquilo que ela terá que pagar para existir.
Sustenta-se ou é sustentada.
Sim, porque sustentação prática e objectiva, nas presentes condições – aquelas que o poder reinante ou o que para lá se propõe a ir; não conseguem fazer demonstrar ter nova receita.
É que entre a mentira da promessa ou a verdade da continuação, num tom de tout court, o xarope amargo é este, a Troika quando entrou avisou mas o Nobre Povo não ouviu; venha mesmo o Diabo e escolha, pois mediante a abstenção que se supõe vir a ser, mais de metade dos eleitores vai preferir fechar os olhos e colocar a cruzinha no bom tempo e apanhar um sol nesta Ocidental Costa Lusitana.
“A política é a arte do possível.”
Otto von Bismarck
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