A estapafúrdia comiseração neo-matriarcal que a pobreza do espírito destes que acham que a chapada de D. Afonso Henriques à Senhora sua Mãe foi facto concreto, fazem-nos cair neste novo Portugal em que as dores de muitos servem para a hipocrisia de alguns.
Auspicioso princípio moral, nessa retórica aparente de aceitação, onde uma das manas Mortágua – seguro aquela que mais de economia aparenta saber – vem admitir que uma revisão ao Orçamento de Estado lhe parece necessário, quase corriqueiro, tratando-se de se salvar a Caixa Geral de Depósitos, esse banco cujo a gestão, no ver da Esquerda Nacional, sempre foi questionada ad nauseum como uma jogada de Casino.
Este aceitar, quer do Bloco de Esquerda, quer do PCP pelo sepulcral silêncio relativo ao orçamento rectificativo – pese embora a sua preocupação com o eterno sindicalismo vigente na Função Pública – revelam a fragilidade da dita Geringonça e do arrependimento vigente nesse acordo que existe para granjear eleitores em forças políticas à deriva.
A caixa de papelão que a Caixa Geral de Depósitos se tornou não é mais que obra dessa data que tudo alterou e uma nova supervisão impôs. Quando a 1 de Janeiro de 2015 o Banco de Portugal deixou de olhar para o Banco Público como o porta moedas de um país que sucessivamente se endividou para, politicamente, satisfazer planos político ideológicos, veio à tona décadas de uma gestão pontuada por excesso em nome da Pátria Portuguesa.
Vou citar o que escrevi a 20 de Junho passado, para que esta amnésia colectiva, num verão quente demais, parece fazer esquecer.
Agora buscam-se político culpados. Buscam-se Directores, Executivos, Agentes Comerciais, Banqueiros, bancários, profissionais do ramo que, de uma forma ou de outra, ao representarem a memória machista de D. Afonso Henriques, deram uma chapada na Pátria Mãe para conquista uma dívida impagável que nos levará a nova bancarrota.
Pior, com a complacência e aceitação feminista de quem antes vociferava a plenos pulmões ser a Esperança de uma Caixa tão sua.
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