A 1 de Janeiro de 2015, no texto transitório da Crónica literária sobre o Processo Espírito Santo e a queda do Banco homónimo, escrevia acerca dessa travessia para lado nenhum.
Um capítulo escondido na História do Imperador Calígula e do seu curto reinado de 1400 dias.

O paralelismo traçado, em plano de resolução, seria quem trairia o outro alguém pelo processo aplicado ao Império Familiar. Será que levaria os mesmos 1400 dias que levaram à morte anunciada de Calígula?, ou antes da Comissão terminar os seus trabalhos tudo se resolveria numa expedita venda?
Verdade seja dita, dos 1400 dias que a comparação histórica lançou já se passaram 572 dias e o Novo Banco mais parece se aproximar do novo tempo que o Primeiro Ministro António Costa anuncia incessantemente ao país.

Certo que a responsabilidade é uma máscara que, de facto, ninguém usa, e a narrativa muitas vezes apenas se constrói na ficção.
Passou-se um ano, seis meses e vinte e três dias até à data de hoje (25 de Fevereiro de 2016) e a culpa de tudo o que ocorre no Novo Banco segue sendo relegado para Ricardo Salgado.
Se neste tempo que se passou nada se resolveu, de facto, e as responsabilidades recaem sobre aqueles que já foram afastados, dizem que é o modelo de gestão.

Só que aqui entra a questão fundamental onde a pergunta se coloca: mas se a gestão se aguentou durante 145 anos, não será sobre a atabalhoada resolução que recai a responsabilidade? Ou recolocando a pergunta: sobre quem a concretizou?

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As notícias dos novos prejuízos do Novo Banco, justificadas com os créditos incobráveis deixados do tempo de Salgado apenas reforçam de novo essa pergunta sobre a eleição da toxicidade dos activos a serem separados.
Ou então falamos de garantias de risco avalisadas por quem não perdeu nem a idoneidade nem a vergonha.

Mas a narrativa é sintomática com o enredo que a postura Portuguesa relega à História.
Se da opulência vivemos, do crédito sobrevivemos, e essa Embaixada dos Portoghese é o fado estafado de tudo o que antes e desde então se tem vindo a replicar.

Hoje mesmo 500 trabalhadores da Nova Instituição irão encontrar-se rumo a um novo incerto paradeiro, não “começando bem” como o refeito passado do seu resgatado posto de trabalho.
Mas, face aos 1400, ainda nos faltam 828 dias para que tudo se componha e o Banco se venda – não se Nacionalize – e haja um prejuízo a ser pago por todos.

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