A ordem do dia diz que Jesus, o da Judeia, teve dois Pais. Ou pelo menos é o que o mais recente cartaz do Bloco de Esquerda decide implicar – sem prejuízo de perjúrio – na narrativa Católica Cristã sobre o milagre da Criação de Jesus, o enviado de Deus para mostrar aos Homens a capacidade do perdão.

Apesar de compreender a tentativa de ser engraçado, enquanto tom jocoso e de terminologia publicitária, não passa de um mau meme viral que serve apenas para causar burburinho e trazer à luz da discussão política o dogmatismo de assuntos que a ele não pertencem.
Haja respeito e decoro sobre o que à teologia pertence e ao que à política diz respeito.

O slogan diz que Jesus teve dois Pais? Pois a ser uma verdade implicita sobre a imaculada concepção de Nossa Senhora, não se coaduna com o objectivo a que o cartaz se propõe.
Eu sou homossexual e digo que esta é uma nefasta tentativa política de mau gosto para ordenhar a minoria dos ditos “poderes instituídos”.

Pior de tudo, não defende a adopção gay.

Se Jesus teve dois Pais, ele foi criado por um casal heterossexual, Maria e José, logo não se compreende de onde o BE depreende a lógica da adopção gay.

Mas se a estupidez é justo essa, porque não se propor um cartaz alternativo, provocatório e imbecil ao estilo dogmático que o Bloco nos habituou a defender causas maiores tratando-as com o relevo de uma minoria alterne que é, e dizer que se Maria pudesse optar pela interrupção voluntária da gravidez agora, já não pagaria taxa moderadora.
Grande conquista teológica esta.

Se estupidez pagasse imposto os Cofres do Estado estariam cheios, graças às mentes Bloquistas!