Teologia à parte, há algo que nos assiste a todos: temos Fé.
A Fé não necessita ser em nenhum Ente transcendental ou físico que se denomine de Salvador para nos fazer crer num melhor amanhã. Basta que seja algo que nos transmita essa esperança de que algo sucederá para que esse amanhã exista para dar continuidade ao que existe.
O significado e etimologia da palavra Fé resumem bem isso mesmo. Remetem-nos para a palavra grega ‘fides’ de fidelidade, nessa crença em algo positivo, sem uma necessária prova ou critério objectivo de verificação para que algo de melhor suceda.
É apenas Fé.
Por outro lado, porque nenhum Homem é uma ilha, a vivência em Sociedade torna-nos desequilibradamente Humanos pela similitude que temos entre todos. Pela diferença que julgamos ter entre a igualdade que mostramos, cada vez mais, ser.
Somos o lícito aperfeiçoamento de uma Sociedade mais igual, embora mais injusta.
Mas haja Fé, como se dizia nos idos Soviéticos, “não há crimes no Paraíso”.
E aqui estamos. Num rumo de uma igualdade totalitária, em que todos seremos uma classe de aproximação, em que a ambição de alguns, os privilegiados dessa oligarquia operária, líderes da sindicância mendicante, cooptam a força desse crime inexistente a ocorrer.
Mas se o Paraíso é uma mera projecção de estilo, o crime é algo palpável e que causa um reflexo em Sociedade.
Em teologia o inverso ao Paraíso é o Inferno, e entre eles, entre a decisão do Juízo Final, arde-se num Purgatório punitivo. E aqui sim, há crimes no Purgatório.
Há cedências e compromissos. Há testas de ferro. E há a eterna questão de quem é nosso amigo para as ocasiões.
Se a rédea já andava solta, num Império Soviético feito capital aberto ao consumismo de massas, a vez chegou desse último grande bastião da ideologia Socialista Popular Unipartidária se abrir ao mercado livre e a sua moeda interna se tornar de livre circulação Mundial.
O renminbi, a mítica moeda de uso exclusivo interno para a população Chinesa, foi aceite pelo FMI como moeda franca de uso Mundial.
Junta-se ao Dólar Americano, ao Euro, ao Yen Japonês e à Libra Esterlina.
Se foi capitulação ou cedência não se sabe, mas o efeito será imediato: de um golpe só, assim devagarinho, uma moeda que serve um sexto da população mundial, absorve 11% da economia livre sem sequer ter começado a ser usada como troca.
A grande questão, perante a nossa realidade de Paraísos prometidos, é: não estamos todos a viver de uma ilusão sem alternativa a este purgatório?
Ou há mesmo que ter Fé para acreditar em algo que, mesmo sabendo de antemão que não pode, não vai, não há forma de ocorrer, nos vai garantir que tudo seja um Paraíso imposto mesmo que nos leve do limbo ao Inferno?
É que quando as cedências se tornam capitulações, algo parece não obedecer a um princípio lógico de equidade sobre a cedência da palavra que se honrou e depois se retirou. E aí, há mesmo crime no Paraíso.
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