Já fui um Conquistador…

Assim se define a canção epopeica que a banda Da Vinci levou em 1989 para o Festival Eurovisão da Canção em Lausanne na Suíça.

 

Toda a letra que acompanha uma ritmada e animada melodia triunfal é conjugada num pretérito perfeito. Está vista e revista no passado.

Aconteceu. Passou e não volta.

 

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Era um mundo novo. Um sonho de poetas.
Ir até ao fim. Cantar novas vitórias.

 

O mundo descoberto foi, para não dizer que ali estava, pronto a ser ocupado por aqueles que se designavam ser superiores, seguindo o sonho que um poeta, à posteriori deixou relegado aos escritos desse que nas brumas se esfumou.

Foi-se até um fim. Mas as vitórias, essas, no apogeu de algo que em Revolução de Liberdade se travou, perderam-se na deriva que se assiste.
E ergueram orgulhosas bandeiras.Viver aventuras guerreiras.
Foram mil epopeias. Vidas tão cheias
Foram oceanos de amor…

As bandeiras da independência partilham-se, enquanto as da soberania se vêem condicionadas aos credores. As aventuras ficam nesse passado, pois as guerras são as epopeias burocráticas e os Oceanos estão entregues às cagarras.

 

O amor? O amor é a saudade da partida.

Desse ter ido. Desse pretérito perfeito:

Já fui ao Brasil
Praia e Bissau
Angola Moçambique
Goa e Macau
Ai, fui até Timor
Já fui um Conquistador…

 

Mas há esperança. Esperança num pretérito imperfeito.

De que o tempo, quem sabe, volte para trás.

Dê-nos tudo o que perdemos.

 

“Palavra dada, palavra honrada”

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