O DAESH não é a Mãe dos problemas Europeus, é a Madrasta dos problemas Mundiais.

O atabalhoamento da Guerra Norte Americana no Iraque em 2003, a saída em 2011, a Libertação Iraquiana e a inversão entre o domínio Sunita contra o oprimido Xiita, desequilibraram uma fraca e impopular Governação e permitiram o surgimento do auto intitulado Estado Islâmico.

Compreender o surgimento deste grupo extremista é compreender a divisão entre grupos religiosos no Iraque (simplificação óbvia).
A maioria da população Iraquiana, cerca de 80% é Xiita. Um grupo religioso que, ainda hoje minoritário, se caracteriza por serem tradicionalistas, conservando as antigas interpretações do Alcorão e da Lei Islâmica, a Sharia.

Já os membros do outro grupo, cerca de 20% dos habitantes Iraquianos, e dos que fazia parte o líder derrotado Saddam Hussein, os Sunitas, com muito maior número de adeptos, constituindo cerca de 90% da população Islâmica. A sua ferocidade e terror é maior porque, primeiro, divergem da concepção sucessória dos xiitas e, segundo, sempre actualizaram as suas interpretações do livro sagrado: o Alcorão; e da Lei Islâmica, levando em consideração as transformações pelas quais o Mundo passou e valendo-se de outra fonte além das citadas, a Suna – livro onde estão compilados os grandes feitos e exemplos do profeta Maomé.

Como o governo Iraquiano, deixado no poder pelos Norte Americanos é fraco, corrupto, e pró Xiita, a situação para com os Sunitas complica-se, deixando em aberto a expansão do DAESH que já conquistou Mosul, a segunda capital do País.

Também há a questão Síria, que com a crise política da Primavera Árabe, tentam derrotar o Regime de Bashar Al-Assad e rumar a uma democracia livre, agora assolada por uma grave Guerra Civil, com o problema insurgente do Terrorismo e da questão sectária do extremismo religioso do Estado Islâmico.

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Mas afinal como se combate o Terrorismo?
Sim, não confundir a ideologia do Estado Islâmico com algum, hipotético, pensamento teológico. Longe disso.
Qualquer estudioso respeitado sobre a matéria dirá, sem hesitar que aquilo pelo qual eles pregam é um desvirtuar da palavra do Profeta.
É serem Radicais, Extremistas. Terroristas.
Penso que não é descabido dizer que nenhum Profeta, cuja palavra é o Amor, diga que a absolvição do impuro seja a vingança punitiva da decapitação ou a emulação.
Exemplos de aprendizagem à parte, os Cristãos também perverteram a palavra do Senhor, e a Inquisição foi um feito Medieval atroz.

Como em qualquer Mal, a sua cura, ou solução, é erradica-lo de raiz.
E a raiz do DAESH está na Madrasah.

A Palavra Árabe  literalmente traduz-se como “o local onde o ensino e a aprendizagem acontecem”, mas não é o Ensino dito Académico como seria o nosso Ensino Escolar.
No geral, a Madrasah dá formação num leque variado de matérias religiosas islâmicas: é, sobretudo, a chamada “escola corânica”. O currículo privilegia o estudo e a memorização do Alcorão.
A maior parte dos currículos não inclui matérias científicas como a matemática, já para não falar de filosofia e de ciências sociais e humanas. Por vezes, não ensinam nem mesmo a alfabetização mais básica, mas tal depende da escola em causa.
Num sentido geral, não promovem o conhecimento moderno. Antes sufocam a criatividade e fomentam o fanatismo. Rumo à aplicação do Terror.

O problema que se coloca é que a sua concentração ocorre sobretudo no Paquistão, e apesar de ser a minoria Xiita a mais tradicionalista, é do lado Sunita, mais especificamente no subgrupo deobandis que se encontra a seita mais conservadora; em linguagem moderna, a mais fundamentalista, aquela que produz, à luz dos ensinamentos do Profeta (ou da sua perversão) as células malignas que têm atentado contra as nossas liberdade individuais, Sociais, Humanas; e que têm decapitado, emulado, e assassinado quem eles, perante este ‘ensinamento’, considerem impuro ou indigno.

Para se compreender a ‘violência’, ou a aplicação prática da dialéctica objectiva do ensinamento que faz pensar, ou que ensina o raciocínio, temos este testemunho, de Mohammed Tahir, um estudante de 9 anos, onde afirma que:

“A comunidade muçulmana de crentes é a melhor aos olhos de Deus e nós devemos fazer com que os homens o reconheçam pela força. Devemos combater os infiéis, o que inclui aqueles que têm nomes muçulmanos mas que adoptaram as maneiras dos não-crentes. Quando crescer, quero envolver-me na jihad de todas as formas possíveis”

A nossa Sociedade Ocidental, onde o Ensino e a Igreja se viram a braços complexos com a existência da Ciência, e o questionar da Fé foi alvo de inúmeras Teses de Grandes Pensadores até chegarmos à actualidade, conseguimos compreender bem que, o mal, essa madrasah(ta) educação, elimina-se pela raiz.

Nota:
Caso não tenha sido explicito, fiz um jogo entre a palavra Madrasah e Madrasta: Madrasah(ta).

E já agora, não confundir a Madrasah Islâmica, onde decorrem ensinamentos religiosos, com a Catequese Católica.

Uma ensina o livre pensamento dentro dos preceitos religiosos da Bíblia. A outra, na sua acepção Paquistanesa, difundida um pouco por todo o mundo islâmico, faz da perversão da Palavra do Profeta a ordem de aniquilação da Liberdade de Existência.

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