Na recente dicotomia exacerbada que pontua a vida política Portuguesa, onde a existência de Entidades Internacionais passou a fazer parte das conversas de café, a seguinte rábula, já de si clássica, surgiu como uma comédia viral pelas redes sociais.
Não resisto em publicá-la como uma bisga ao estilo lusitano:
“Porque existem ex-esquerdistas, mas não ex-direitistas?
Porque fogem Cubanos para Miami, mas não se vêem Americanos em lanchas rumo a Havana?
Porque motivo os Norte Coreano arriscam a vida para escapar rumo ao Sul, mas o contrário nunca é visto?
Porque é que no tempo do muro de Berlim, cidadãos do lado Oriental tentavam saltar para o lado capitalista, mas nunca o inverso?
Perguntas simples assim deixam qualquer esquerdista empedernido sem resposta.
Pois a Liberdade não se coaduna com a imposição do que é ser Livre.”
Claro que há excepções à regra.
A 10 de Abril de 2010 o jovem professor Norte Americano Matthew Miller, decidiu, ao entrar na Coreia do Norte, que rasgar o seu passaporte e entregar-se à mercê de Kim Jong-un como um dos seus devotos, seria a melhor forma de demonstrar ser anti-capitalista primário na República Popular Socialista Unipartidária (Hereditária) Norte Coreana.
Claro que a mercê do Supremo Líder não foi benevolente e Matthew foi julgado a seis anos de trabalhos forçados. A pena mínima por ser considerado, desde logo um espião – artigo 64º do Código Criminal.
O seu alívio chegou depressa quando a embaixada Norte Americana, sediada na Coreia do Sul, interveio, e, sob a justificação – suponho que lícita; de que Matthews quereria conhecer de perto essa realidade descrita por todos aqueles que fogem desse país da “eterna felicidade”, o jovem de 25 anos é libertado a 8 de Novembro do mesmo ano, 10 meses depois de encarcerado.
Percebeu que tanto lá, como nos EUA – ou Portugal; o ar que se respira é semelhante.
Já quem nos deixa respirá-lo é algo concretamente diferente.
A verdade, se verdades existem, é que o ser Humano, na sua perfeição genética, tem dois grandes confrontos psicológicos: aspiração vrs ambição.
Enquanto a aspiração é algo que nos eleva e nos torna melhores, a ambição é algo que esconde uma revolta pessoal e acaba por destruir quem à nossa volta circunda.
A dicotomia política existe. Como estes dois factores em plena oposição também.
Ninguém integralmente inteligente se pode dizer averso, pontualmente, ao que diferentes quadrante políticos apresentam como soluções para diferentes problemas.
Negar isso é, além de irresponsável, querer chumbar um programa de Governo sem sequer saber o que contém.
E nisto fundamento a minha fisga. A minha e porventura a do Excelso Presidente desta (ainda) República Democrática Constitucional.
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Já muitos me disseram que eu deveria ser de Esquerda.
Não só por ‘natural’ oposição familiar, numa espécie de rebeldia adolescente, como também deveria ingressar pelas fileiras Bloquistas, pois nelas veria as minhas orientações mais asseguradas ao invés de numa hipotética Direita Popular que tudo faz para afastar os direitos de quem se ama por igual.
O amor é algo que, depois do último século, sobretudo os últimos 40 anos, passou por tantas lutas, disputas e rebeliões, muitas delas travadas numa arena internacional, onde o campo político não se definiu como sendo desta cor ou daquela que parece forçoso dar-lhe uma apenas.
Em nota de consenso alargado, o amor, transversal, pode ser uma bandeira arco-íris.
De todas as cores, formas e feitios.
Desde que as pessoas saibam dialogar e ter respeito, onde existe aqui uma apropriação cromática que me diga que o amor ou a identidade de uma orientação tem pertença clubistica?
Não pertence.
E nisso, por essa insurgência que considero um dos maiores desrespeitos populistas ocorridos em Portugal Livre, de ver um golpe Militar que destitui um Regime Totalitário e opressor do Povo ser instrumentalizado a favor de um partido político, que digo ser tão anti-Comunista como anti-Fascista.
Respeito o Partido Comunista pela forma correcta como se comportam, e por serem fiéis aos seus princípios, mas não congrego das mesmas opiniões sobre o rumo a seguir na vida.
O valor da vida passa pelo individuo, não pelos indivíduos que escolhem o valor da minha vida.
A enxada é minha, e só é de todos se a opção for minha, não se o colectivo assim o decidir.
Prefiro o livre arbítrio e as suas consequências à inexistência de opção.
Aquilo que se tem visto dos regimes de Esquerda que têm logrado a sua existência em hipotética Democracia em pleno século XXI é sempre a mesma.
A rédea anda solta e os novos oligarcas servem os interesses dos Executivos eleitos.
Os velhos ursos já não controlam nada e o mel é dado às sucessivas gerações da proximidade e confiança do poder que se instalou.
 
E depois, em desembargada voz, gritam o sucesso que têm, como se essa ambição fosse uma aspiração, e o mal que só a Direita tem, não se visse tão sujo e conspurcado nas suas hostes de Esquerda corrupta e manipuladora que tudo tira ao Povo.
Povo que pode até ser ignorante, mas esquecido nunca.
Porque o artigo 190º da Constituição Portuguesa legitima tudo.

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