Acho que sou intelectualmente ambicioso. Facto que nem sempre é positivo.
Leio muito, escrevo imenso (quem me lê bem o sabe), e assisto muita televisão, filmes e documentários num sem fim, tudo para me ir preenchendo de informações e saciar a minha curiosidade.
Falo e converso também com muitas pessoas, e dessa forma, em Sociedade, vou formulando as minhas opiniões, que pelo facto de eu ser, como digo, intelectualmente ambicioso, nem sempre correspondem na sua integralidade a ideias completamente formuladas ou a um conhecimento que não seja ele em parte empírico.
Face a esta introdução quero escrever novamente sobre o ‘nosso’ super Juiz Carlos Alexandre.
Penso ter sido um pouco agressivo, e quem sabe, leviano, com a forma como o tratei em dois comentários consecutivos.
Não tenho nada pessoalmente contra a sua pessoa. Nunca o conheci e só o vi uma vez na rua, ali na Expo, a cruzar a Avenida em frente ao Vasco da Gama.
Ou seja, as minhas opiniões baseiam-se entre as ideias que tenho de acompanhar de perto o julgamento do Caso Portucale, e depois um pouco pela sua constante presença na imprensa em tudo o que é caso mediático.
De facto questiono-me o porquê de ser sempre ele o Juiz que faz a investigação criminal, e a resposta é óbvia, quando a investigação está centrada aqui em Lisboa, e a maioria está, ele é o Juiz de serviço, e como tal, tudo lhe toca. Ok, ele também gosta e não parece ser muito imparcial na sua forma de agir, mostrando sempre um lado público de justicialismo popular.
Mas imagino que qualquer um de nós, numa posição de destaque e poder, tal como ele está, sentiria um apelo e atracção por esse estrelato. Gosta de aparecer e mostrar-se o braço forte da lei. O grande investigado.
Uma espécie de J. Edgar Hoover português.
Sobre a questão das escutas. Bem, esse é mais um problema de sistema. O problema do segredo de justiça que abala um pouco toda a sociedade ocidental, e que o caso das Wiki Leaks e Julian Assange deram uma atenção e potenciaram a existência como algo aceitável e normal.
Como já disse de outra forma. A privacidade, no mundo digital, não existe. E é normal que o segredo de justiça, seja ele em escutas ou varrimento das mesmas, não exista e a informação seja vinculada publicamente.
Carlos Alexandre é o super Juiz actual, mas também é mortal, como todos nós, e alguém a ele se seguirá. E será que esse alguém que um dia o substituirá o vai lembrar como venturoso ou como o justiceiro popular que eu penso ser?
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