Síndrome de Estocolmo.
A definição é clássica e diz-nos ser “o nome normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade perante o seu agressor.” Vive-se tão intensamente o ódio intimidatório de uma presente oposição que a mesma se faz latente amor de simpática situação prolongada.
Se Pessoa o definisse em bordão capitalista liberal; ‘primeiro estranha-se, depois entranha-se.’
E nisto, que são os políticos contemporâneos mais que uns seres inebriados por uma tão larga intimidação que a mesma se torna o seu vício, amigo e amor, apta a conspurcá-lo sem que o mesmo se detenha face ao monstro que alimenta e cria no acto que diz defender enquanto dele fica capturado?

Amorfos carreiristas, movidos no público interesse das vidas privadas, vivida nos Passos Perdidos do lobbying partidário.

Veja-se no que o Brasil se tornou? Uma crise inter-partidária em permanente Síndrome de Estocolmo. A endogamia é de tal forma lata que o PMDB, esse que apoiou o PT, é ele também o PT. A viva memória da corrupção que na proa, após impeachment de Dilma, prisão de Lula, logra ter no ex-Presidente Michel Temer “o chefe de uma organização criminosa que actua no Rio de Janeiro há 40 anos”.

Lula_Temer
E aqui se regressa a essa questão premente: são sempre os mesmos, nessa alçada intimidatória da viciosa política.
Diga-se que é puta, rameira ou alternadeira,  mas no seu alterne cabem sempre um selecto grupo que prospera sob o impune manto da chamada Democracia e voto útil.
Aqui em Portugal parece prosperar o modo da contratação familiar.
Diz que no partido Socialista é um modus operandi, modus vivendi.
Mas trata-se de Portugal, a cunha é soberania Nacional.
Ou nem sempre.

Nisto chego a Adolfo Mesquita Nunes.
Sim, sei que as vozes que, lendo, aqui chegaram dirão: ele é tão vítima da Síndrome política de Estocolmo que nada mais fez que entrar na política pra singrar e dela arranjar um tacho para a vida.
Mas será que assim foi?
Longe de mim defender quem se lança ao carreirismo político e dele colhe frutos com descarada desfaçatez e oportuno silêncio público. Mas não posso deixar de notar que, num mundo de corruptos e corrompidos políticos, onde a norma é comer desfrutando calado, haver quem faça a diferença e assuma as suas opções e faça pública diferença.
Mas disso Adolfo já tinha deixado nota.
Preconceitos do costume, reféns de um predador insaciável que os alimenta e não os deixa partir.

Nem todos somos bordão Pessoano, pois alguns reconhecem a estranheza entranhada para dela serem mais que nota de roda-pé.