António, Costa, ou mesmo só primeiro. Vá, invoco ser brasileiro nestes momentos de zoeiras para dizer ‘premier’.
Vamos ser sérios, invocar a Ditadura, nessa memória que o Senhor meu Bisavô Marcello ocupou, para justificar a tua governança é abaixo de mau.
Vamos à verdade dos factos que doem.
Os teus aliados políticos – o PCP, antes do planeta se preocupar com a Natureza ou Heloísa ter uma voz tão aguda – juntaram-se com o exército para derrubar um Estado que de novo só tinha o nome.
O Marcello – dêem-me a prerrogativa de o chamar assim pelo vínculo familiar – andava atrapalhado entre a cruz e caldeirinha pelo respeito a Salazar e uma descolonização pelo Império que antes fora. Sabes, ele até era pela Europa, não fosse ele quem tivesse aberto as conversações para o que depois foi a CEE. No meio disto o 25 daquele mês que os Comunas gostam de dizer seu.
Eu digo que é uma data no calendário. Não porque nos trouxe a Liberdade de Expressão ou tenha algo contra, ou mesmo ver a Família perseguida e exilada, antes porque o Comunismo, aquele “da ferramenta é da cooperativa”, não singrou e o Partido Socialista de Soares – ainda que no mito da bandeira pisada – surgiu para colocar ordem onde uma Ditadura se queria impor.
Agora o que dizes – “Só numa ditadura é possível tentar esconder o número de vítimas” – se não é uma incrível façanha política é a tua maior falácia populista desde que estás no cargo.
Não o digo por ser um Plano B negado – não o foi (esse é assumido) -, mas vamos ser sinceros, que ultraje de descaramento é este em passar responsabilidades de assumissão (nb: acrescentar ao léxico português) em dizer que o poder do Estado em informar cabe a outras entidades que não ao representante primeiro do mesmo.
Certo, sei que como primeiro não és o “primeiro”, mas ainda assim, que nódoa. Nem o Salazar fugia tanto em ser neutro numa guerra ao ter fotos comprometedoras na sua mesa de trabalho.
Vamos ao que conta. Como pessoa és-me igual ao litro. Assim como ao meu Bisavô respeito-te como Pai de Família, marido, etc… já como político? Bem, o teu poucochinho descreve-te de forma perfeita na Sociedade de iguais onde te introduzes.
Se na época de outrora havia um respeito pela Pátria e por aquilo que era Portugal, bem, tu apenas tens um respeito pelo que és tu, o cargo e o Partido.
No bota-abaixismo político que define toda a política actual (todos incluídos, não discrimino), no meio de coligar o Partido Socialista – sim aquele que nos defendeu da verdadeira ameaça Comunista – à Esquerda, és aquele que agora se junta para ser um mero poucochinho em meio de um País em chamas. É bonito ver-te unido com aqueles que negam as mortes passadas de um Holodomor ou numa Venezuela Madura de tão podre.
De facto merecem-se.
(aplauso irónico em nome dos reformados que receberam mais 2,45€ enquanto tivemos 302 milhões cortados na defesa e administração interna)
Nota final: o Bloco é o borrifo de água que mantém a tua chama.