Oscilei entre chamar este texto ‘Fascinação’, Regeneração ou mesmo Reconciliação. Dado que é véspera de 13 de Maio, Portugal junta um 3 em 1 poderoso, há Fátima, Futebol e Fado, que melhor que uma verdadeira Contradição para dar mote a uma entrevista de vida lida há uns dias a Pedro Feytor Pinto acerca da reconciliação fascinante que faz desta regeneração actual esta dita contradição que escrevo?

Contradição.jpg

O ano é 1974 e o dia esse mesmo, Feytor Pinto, Director de Informação do Regime, foi quem mediou a saída do meu bisavô Marcello Caetano do Quartel do Carmo. Quem sabe, ninguém como ele compreendia-o nessa estreita relação acerca de Portugal, as Colônias e todo o processo indecoroso que se havia de fazer mas que, por Marcello ser mais jurista que político, a lei de uma razão cultural imperar, e a jurisprudência não ter o seu tempo devido para se fazer implementar.
A chaimite acabou por ser a solução enquanto um novo Regime se tentava implementar, derrotado pelo Socialismo que descolonizou uma terra deixada à sua sorte de guerra e pobreza.

O ano é agora 2015. As eleições são o ponto de viragem num novo Regime de Liberdade onde a Troika prefez a sua saída limpa após o maior banco – que serviu os distintos Estados Novos e velhos – falir e a escolha minoritária recai sobre quem, com mão demasiado firme, governou Portugal até uma nova pobreza. Vence uma PàF feita ‘paf’ onomatopeico quando as memórias de 41 anos atrás se unem como nunca antes o fizeram para governar.
O golpe é de secretaria, a chaimite está aposentada.

Um ano mais tarde a alusão de Império cumpre-se, Marcelo, o de Marcello, torna-se Presidente.

(…) “este governo, é uma espécie de vingança do Dr. Salazar e de Gilberto Freyre [historiador, sociólogo e ensaísta brasileiro]; há um lusotropicalismo, com um goês a presidir ao governo, uma ministra [Van Dunem] das melhores famílias de Angola, gente que passou por Macau, gente com ligações a Timor…”
De uma vastidão enorme, colônias de riqueza imensuráveis, a um pequeno reduto Europeu onde uma aventura mercantilista um dia começou.

93 mil quilómetros quadrados para as mesmas, as de sempre, as 1500 famílias que nos adornam a sapiência infinda das proezas falidas que gostamos de mostrar ser sem nada mais ter.
Deste bravejar Comunista religioso, inépcia Trotskista de um Bloco que se prevê Socialista pop chic em busca do aliado Social Democrata de um Partido Popular rumo à diferença que os tenta sempre unir.

É o mais do mesmo, esta deliciosa contradição, com um sábado de dérbi, Eurovisão e absolvição Papal em directo de Fátima.

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