“É como deitar abaixo o resto do muro de Berlim”
A insuspeição narrada pelo próprio é declaração clara sobre o que essa queda significou quando António Costa se referiu à sua união entre partidos anti-europeus com aquele que, pela mão do seu fundador, iniciou as lides Europeias de Portugal na CEE. Nesse dia 14 de Outubro de 2015, derrubado o muro psicológico de Costa, iniciou-se a construção real de um muro intransponível em Portugal: o modus operandi da Geringonça, iludindo alguns, pôs em marcha o seu plano.
A fractura contagiante que une franjas eleitorais foi trazida como a justificação unilateral para unir a maioria minoritária.
A união de secretaria prevista numa Constituição omissa é algoz para o Presidente mais impopular da história Portuguesa. As reversões de estilo, os aplausos ruidosos, a chacota que caracteriza a guerra civil que polarizou uma sociedade feita desigual por anos de imposição regulada por esse pedido de ajuda externa Socialista, dão mote a que o descontentamento sirva de moral justificativa à ilusão de que algo se reverteu quando na verdade o que se faz é acumular mais divida em troca de um défice menor.
Na cartilha ideológica de quatro acordos firmados sem que ninguém os tivesse lido ou consentido por voto universal, os desígnios populistas de uma latino-americanidade começam a desvelar os seus jeitos entrevados de trejeitos.
Jerónimo de Sousa não se alinha com Catarina Martins, mas esta faz “frechada” no olhar de Costa, num declarado ‘tiro ao Álvaro‘, matando a pureza ideológica de Cunhal para instalar em Portugal o Socialismo séc. XXI que com Chavez e Maduro (et al) aprendeu.
E se duvidas houvesse sobre este casal Primeiro-Ministerial, a um Governo onde o Ministro das Finanças mais diz verdades que se veem desmentidas veementemente, que se dizer quando medidas que nem sequer tomadas estão vêm ser apresentadas pela Ministra das Finanças interina, Mariana Mortágua, dando a sua anuência para a criação de um imposto que a não o ser já o é?
Mais, citando a filha de um terrorista que a história há de um dia julgar, fica patente o seu raciocínio sobre poupança. Ou como a própria gosta de chamar: dinheiro.
Bem sei que esta espúria necessidade de se saber a riqueza alheia é uma frente de combate do Socialismo Costista, mas o combate ideológico em busca da igualdade social não se faz destruindo o “capitalismo financeirizado” como lhe chama Mariana.
Pretender que será através de uma supra taxação patrimonial em cima de uma taxa existente que se vai determinar a riqueza da presumível classe alta, não só é ridículo como apenas vai criar uma nova e sucessiva geração de novos endividados.
Fora isso, aceder de forma directa ao saldo bancário de todos vai servir para quê? Buscar uma altiva transparência ou tornar a Sociedade do Big Brother de Orwell uma realidade onde a riqueza individual é determinada pelo Estado para que o Ser Humano cumpra o preceito de uma igualdade paritária sem ambição a ser mais do que lhe foi pré-determinado?
Não foi esse o contrato que aceitei.
Mas a falsa noção de que tudo vai bem – sem que com isto queira propor que na verdade não vá – serve o mero propósito fisiológico que Costa se predispôs a fazer desde o início: derrubar o Socialismo de Soares, matar o PCP de Cunhal e unir-se ao Bloco de Catarina.
O muro derrubado foi esse, estando-se edificando um novo, mais resistente e resiliente ao ataque, na resposta directa ao anseios dogmáticos desta Sociedade que prefere o facilitismo do imediato que a espera concreta da estabilidade a longo prazo.
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