Quando tracei a memória do plano b que os apaniguados de António Costa poderiam verter no seu ‘one man show’ – como Francisco Louçã esta semana bem indicou sobre a postura do Primeiro Ministro – imaginava que a figura máxima desta união das Esquerda inconciliáveis se propunha a dar uma de François Mitterand e sanar a Esquerda com a exposição ao poder dito real.
Ao que tudo indica, pela sindicância mendicante que a sua lapela, adornada com os pins do Bloco e PCP (sem esquecer os Verdes), envereda, o que António Costa faz ao país é entregar tudo o que pode aos sindicatos e à sua máquina destruidora dos Direitos que a Constituição das Liberdades individuais instituiu.

Há duvidas?
Que não as haja.

Se os contratos de associação das escolas públicas com colégios privados tem um nó de reversibilidade que terminará nos Tribunais, onde a razão de quebra contratual, assinada pelo Estado Português e não por um Governo de Direita neo-liberal vs um Governo de Esquerda extremista que os reverteu, ainda trará um amargo de boca complicado para a apelidada geringonça, onde a questão sindical da Fenprof foi tudo menos imparcial, o busílis da sindicância mendicante que atrapalha cada vez mais o país chama-se acordo dos estivadores.

Farei jus de razão lógica ao assumir que o anterior Governo, o tal de Direita (centro Direita, na sua génese política, convenhamos), permitiu que a greve dos estivadores se prolongasse pelos seus 4 anos de legislatura sem que a interferência directa resolvesse alguma coisa prática. Verdade seja dita que a pauta política da Direita tem no seu ADN não se misturar no que são assuntos entre privados, mantendo uma distância, considerada saudável, entre Estado e particulares.
Assumindo isso, o problema que o novo Governo recebeu chega já num ponto sem retorno em que os sindicatos, fragilizados pelas alterações às leis laborais executadas durante a vigência da Troika – em alinhamento com o que ocorre na União Europeia -, veem-se deparados com a livre concorrência de mercado. Como a génese Sindical Portuguesa reside na Esquerda dos Direitos Estatizados, a Greve torna-se o sistema contra-ofensivo perante um mercado que se pretende livre e aberto, concorrencial e com maiores oportunidades.

Mas se o interesse Nacional é que as importações, mas sobretudo exportações, usem o Porto de Lisboa, como uma grande plataforma multicanal, a Greve dos Estivadores, a interferência directa do Governo e o seu resultado negocial constatam o objectivo que a Esquerda extremista teve em assinar o acordo com o Partido Socialista de António Costa: sindicalizar Portugal.

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Quando a 25 de Maio de 2016, dois dias antes do acordo ser alcançado pela Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, Henrique Monteiro escreve o seu artigo ‘Há lodo no cais’ ou ‘Sindicato de Ladrões’? no Expresso, alinhava a verdade factual do que é a estiva, ainda que romanceada pela mão cinematográfica de Elia Kazan. No filme a estiva é um misto desse lodo no cais, paralisado pelas greves que os sindicatos, esses ladrões, logram.

E o resultado final do acordo que o Governo Socialista fez parece comprovar um imenso lodo instalado com sindicatos equiparáveis.
A clausula inconstitucional em que para os contratos colectivos de trabalho seja preciso a sindicalização obrigatória revela bem como a força das Esquerdas se instala pronta a dificultar futuras negociações laborais.

Mas para todo o verso há um reverso.

Segundo o que o Diário de Notícias avança na sua edição de dia 29 de Maio de 2016, o salário base para estagiário é de 1.046€ brutos, sendo que no seguinte escalão é de 1.443€ e em topo de carreira 2.326€. A isso acresce, numa carreira que é progressiva e sem mérito, num colectivo máximo de 250 horas extra, 3.300€.
Ou seja, um estivador, daqueles que usam com orgulho, blusões a dizer “proud to be a docker”, podem ganhar até 2.601€ por mês.
Voltando à vaca voadora governista, como o Ministro das Finanças afirmou que um cidadão que ganha mensalmente mais de dois mil euros é considerado privilegiadosegundo os padrões nacionais – assumo estar certo em dizer que a mesma Esquerda miserabilista dos salários mínimos, em defesa dos fracos e oprimidos, viu-se agora lançada a defender aquilo que eles chamam os privilegiados do grande capital.
Onde ficamos nós afinal?

Se conclusões há a tirar sobre quem governa nesta Nação sem muita noção, basta rever o programa Sexta às 9 de Outubro de 2013 onde se investiga quem financia os Sindicatos. Sabe? É o Erário Público.

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