O provinciano de Boliqueime, do Poço e não da Fonte, dessa gasolineira que o pai a vender amêndoas manteve como negócio familiar que hoje nada resta, deixará o seu eterno posto político na História da narrativa de sucesso que foi Portugal Democrático na Comunidade Económica Europeia.

Aníbal de seu nome, é como Cavaco que persistirá na memória colectiva de todos os que nos últimos 30 anos existiram e persistiram na vida política, económica e social Portuguesa. De militante a líder inusitado do PSD em 1985, a sua subida, primeiro em minoria depois em maioria, como Primeiro Ministro de Portugal na CEE tornaram-no no mais popular líder do “Deixem-me trabalhar”.

E trabalhar Aníbal trabalhou. Só que este Aníbal não era como o de Cartago e o panteão mitológico de uma lenda o esperava.

A vida política dos indivíduos faz-se também daqueles por quem se rodeiam. Cavaco Silva rodeou-se pela sua própria força de bloqueio.
Se a verdade se torna sintomática para quem faz da política carreira, o facto é que o Primeiro Ministro fez dos amigos potência negocial num banco que gerou prejuízo à Nação e lhe deu proveito em acções compradas a preço de amigo.
Dias Loureiro segue sendo amigo, Oliveira e Costa já não. Pode que o novo Ex seja esse Homem que se segue.

Aníbal.jpg

Mas se um interregno de imagem, entre 1995 e 2006, serve de década para limpar a pesporrência elitista de um político que destituiu Portugal dos seus maiores bens de produção Nacional em detrimento de plantações de girassóis, o seu retorno à vida política activa, eleito com a menor maioria à Presidência da República, apenas demonstram o desinteresse que o Povo coloca na importância desse que um dia quis tanto trabalhar.
A sua década Presidencial passou sem que a sua prestação fosse, de facto, relevante.
Exceptuando os não assuntos, os desmaios, a congruente incongruência de não se fazer presente quando a presença era necessária ou as cagarras que à Europa mostraram ser o Presidente deste País à beira mar plantado, se Cavaco não estivesse em Belém, Belém passaria bem se ele por lá.

No final, ao fim de 30 anos no pódio da elite do poder instituído, tudo o que fica deste que agora sai é justo uma caricatura deprimente e realista. Desse quarentão, rude e saloio, pacóvio e provinciano, de bolo Rei na mão, evitando as perguntas que lhe colocam, mastigando de boca aberta, enquanto o seu legado apenas nos deixa, como sempre, uma fava na mão.

Fica a faltar um texto à nova Ex. Maria Cavaca que tem honras de twitter e página no facebook, eloquentes e prosaicas como a própria, nesse reflexo introspectivo de tudo o que a última Primeira Dama da Nação é.

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