“Tudo se recicla naquilo que, em entoação de adverso, se faz certo para parecer errado. A Direita é a mão que escreve. Já a Esquerda é a do coração.”
Marilú Swaps, a vantajosa picareta que em enredo comparativo, aparentemente, se saiu bem no final dessa trama em que “Nobody’s perfect!”, vê-se agora entregue à míope personalidade que ao longo da anterior legislatura os indícios da irrevogabilidade se haviam feito notórios.
Se antes a cena era Portugal em 2013, agora em 2016 o país é outro, é diferente, e a oposição tudo fará para mostrar como o talento oportunista da ex-Ministra das Finanças se financiou em prol de um swap especulativo.
Direi que é política, onde o que parece é.
Felizmente a vida real não é uma comédia e os factos contundentes são mais prontamente chamados a justificar manobras e causas de carácter que as ideologias que suportam.
Maria Luís Albuquerque é uma alma política, sociopata em causa própria, sempre pensando nesse atributo fiscal que a possa resguardar a ela, depois o seu mandato, em seguida o partido, e no final, caso venha a ser necessário, o País.
Se na verdade a herança dos swaps é Socialista, do tempo desse outro senhor, a forma como Maria Luís os geriu, nomeadamente como havia gerido os swaps na REFER, apenas mostra o seu carácter.
Só que o jogo político instalado nada resolve e apenas danifica, ainda mais, a governaça que a Geringonça faz de Portugal.
O surgimento de notícias que indicavam a ida de Marilú Swaps para uma filial da Arrow Global Company dois dias antes de sair a notícia de que Portugal havia perdido o processo contra o Santander (o mesmo banco que comprara o Banif) na questão dos Swaps nas empresas de transportes públicos, não foi livre de inocência. Uma perda litigioso no valor de 1,8 mil milhões de Euros é uma potente arma de arremesso político.
Só que o nome Banif, ainda que apagado desta história, não será erradicado rapidamente da vida política Nacional.
Cada vez mais fica claro que a solução de resgate do Banif foi deixada para a resolução aplicada por forma a salvar a face de qualquer governo que tomasse posse e tivesse que revelar a verdade sobre o défice: ele não ficaria abaixo dos 3%.
Só que as questões ideológicas sobrepuseram-se e fizeram das perdas o capital desengonçado que faz de Maria Luís Albuquerque uma Messalina a ser apedrejada. O Banif foi um bail out, o contribuinte é chamado a pagar – e muito – o prejuízo.
Se a vinculação da responsabilidade acerca da reversão dos swaps será jogo passível de derrubar governos, nomeadamente o porquê do pecado original de os ter feito inicialmente, a segunda questão, atabalhoadamente apresentada como algum acto imoral ou ilícito por parte da aventureira ex-Ministra-agora-deputada em se tornar assalariada privilegiada no sector privado não fará mais que esbarrar no muro das contradições de um hemiciclo nebuloso.
Bastou a provocação acerca desse tema para ver que, além de saírem logo textos em defesa das “boas” práticas Constitucionais – embora eticamente questionáveis – de Marilú, como logo se fizeram surgir artigos e currículos de vida que provam que Carlos César, a patranha de líder partidário do PS, favoreceu empresas privadas quando já estava em posto político e seria Homem Público.
Todos, um dia, acabam com o fuzzy end do lollipop.
Contrario Maria Luís Albuquerque, em política vale tudo.
Se se for explorar a fragilidade Humana de todos nós, ou seguir a linha tendenciosa e sem limites de passibilidade que a Esquerda se propõe a impor, essa sua mão do coração dilacerará o batimento cardíaco, pois mais ninguém que entre para a vida política poderá ser outra coisa que não isso, um carreirista engendrado em expor toda a lógica que a razão pode ter.