O desastre divino ocorreu.
E na verdade, sendo este um Estado Laico, e os Direitos individuais de cada um estarem prestes a ser revogados, onde a revogabilidade já mais não passará de uma triste piada sem graça, a verdade passará pelas palavras desastrosas de um ministro de imagem construída para uma semana e dois dias – úteis e ‘inúteis’, pois mesmo ao fim de semana se deve trabalhar, onde nem nas folgas se deve parar de poupar.

Se a garantia que Isabel Moreira tanto queria de que a Assembleia era uma secretaria, ou como a própria, que um dia chegou dizendo estar ‘”drogada” – drogas lícitas mas drogada; a essa Casa do Povo, disse acerca das palavras de Paulo Portas sobre um PREC que ela não viveu, o garante da Democracia não passa exclusivamente pelos assentos dessa Casa, nem o voto de quem nela se senta respeita a ideologia dos partidos.

Mas afinal em quem vota o Povo? Ou será que o Povo sequer existe?

Reconheço a existência de cidadãos, de indivíduos que, no conhecimento das suas responsabilidades, tomam consciência das suas escolhas.
Pergunta-se assim quem são os deputados eleitos?
Será que os cidadãos que votam, em consciência, sabem-no?
Ou temos 230 rostos pseudo-hipotético-patéticos no hemiciclo que apenas se tornam conhecidos pelos sound bites que produzem, ou pelos erros que cometem?

É completamente imoral, desumano, catastrófico, um Ministro vir a público – mesmo que na sua primeira vez; dizer o que Calvão da Silva disse. Afirmo dizer que se tratou de uma liberalidade, com todo o sentido irónico que tem a aplicação da palavra, mas no seu discurso há uma moralidade real, a que magoa, a mais verdadeira.

“É no poupar que está o ganho” já diz o ditado tradicional, e essa verdade não pode ser mais dura, sobretudo perante quem tudo perdeu, e não tendo nada poupado, se confronte com quem lhe dê uma lição de pura arbitrariedade. Mas não é desse sintoma que o país vive desde que entrou na Comunidade Económica Europeia?

Olhar para estes últimos 29 anos de pertença Comunitária, é ver justa essa ausência de poupança.

PPP.jpg

Foi um esbanjar de recursos. De dinheiro que nos chegava em compensação para destruirmos as frotas, os campos, as unidades disto e de aqueloutro. Para plantar gira-o-disco-e-toca-o-mesmo.
Para constituir PPP’s para serem depois pagas por nós, os cidadãos que seguem escolhendo os mesmos políticos que sempre escolheram, e que nessa grande secretaria, sempre votando com a mesma consciência, nos dizem que vão aumentar os rendimentos, para que gastemos mais.
Os impostos sempre a subir e a moeda nunca pára de desvalorizar.

Pés-de-meia ou pés-sem-meias?

Se por um lado o regime semi-Presidencialista é base fundamental da Democracia Portuguesa, o facto de cada deputado poder pensar de forma individual, e saber o pesado papel passado que um Act of God invoca, torna este aviso catastrófico de um Ministro da Administração Interna em lição e ilação lúdica daquilo que se seguirá.

Uma secretaria sectária que subsiste enquanto o Povo resiste.

Porque afinal não há cidadãos. É apenas Povo mesmo.
Escolhe-se a cara do líder, e o executivo é assim, uma catástrofe prestes a ocorrer.

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