Bom novo ano. Resolvido ano que passou.

Pode que seja sintomático dessa resolução que não fiz. Pode mesmo que seja apenas isso: um refazer de algo que antes fosse feito e agora seja refeito.
Sinceramente não se faz compreender mais.

Quando fiz o balanço final do ano que passou, ou pelo menos quando escrevi este texto – e faço-o com mais de 24 horas de antecipação do encerrar das 12 badaladas – pergunto-me o porquê de escolher carácter como palavra de um ano que foi marcado pela palavra que normalmente marca o final de todos os anos: resolução.

É costumeiro fazerem-se listas de resoluções a tomar no ano que se inicia. Dizer-se um complemento de tudo o que se deseja e na verdade pouco se cumpre.
De tudo o que se quer mas não se logra ter.
Disso que se espera mas fica no aguardo da inércia.

O sintoma de uma vida não pode ser Universal. Caso o fosse seria generalizado e o desejo de resolução que se escreve nesse papel era igual para todos e não individual e em especifico para cada um. Quem sabe, por isso mesmo, a minha escolha foi nesse carácter que vejo desaparecer na Sociedade que se faz néscia de vontades.

Se vivo nesta Terra, naquela que da Ocidental Costa Lusitana se fez Império e agora se recolhe à sua subsistência nas linhas de crédito Europeias, dela falo com esse conhecimento e experiência.
Se somos uma Jangada de Pedra, honrada com Nobel sobre o tema, néscios ficámos.

Palavra dada, palavra honrada. Presidenciável.

Se antes nada disso existia, que se crie a neo-nova-realidade e façam-se prevalecer os valores da aceitação. De se aceitar que a normalidade e a imposição da abstenção frente ao voto popular. Do diálogo surdo na conquista dos valores Sociais. Das reversões ideológicas por vontade de carácter. De desfazer o que antes fora feito.

Apenas por desfazer.
Apenas para desfazer.
Nunca fazer por fazer.

Infelizmente não nasci néscio. Nem o sei ser. Mesmo quando me convém.
O que perfaz um 2016 fantástico!