A Democracia da aproximação tem uma latitude e longitude peculiares.
Apenas nos afligimos com aquilo que sentimos sentir na pele pelo que nos incomoda ver repercutido nessa emoção que nos é feita afligir.
Somos simbióticos com o que nos define como Humanos.
Isso ou tornamos-nos iguais ao inimigo.
Perante paragrafo introdutório tão contundente, e em si tão pouco explanatório, afinal de que parâmetros falo? Simples assim: a exploração do Homem pelo Homem.
E não é só pela mera política do estatismo. É pela indiferença latente nos actos.
Em Janeiro de 2012 a fotografa Norte Americana Lisa Kristine apresentava o seu mais recente, e emocionalmente provocatório trabalho de vida: Fotos que testemunham a escravatura nos tempos modernos. Nele, com um soberbo grafismo de protesto, mostrava a realidade subalterna que este Mundo esconde na sua vida de pompa e circunstância. Do consumo e facilitismo, direitos e pleno emprego, das manifestações, da afirmação e negação perpétua desta realidade que fazemos por ignorar.
Parece que a longitude é o que nos une, nesse afastamento que nos torna iguais perante a indiferença, e a latitude aquilo que nos diferencia, justo pela pose e posição que ocupamos nesse ênfase à exploração que podemos ocupar.
Dá-se mais valor ao trabalho da execução final que à obtenção da matéria prima, e como o mundo dos Direitos trabalhistas, dos Sindicatos de bandeiras vermelhas na mão, dos cravos libertários na lapela e vozes de uma usurpação militar feita verdade incontestável não existe além desse reduto final, o antes serve de barreira escravista. Dessa exploração laboral protestada pela CGTP em Portugal, nesse mesmo ano, mas aqui exercida pela Troika, num País de terra queimada, sem leis nem Reis.
Triste que a educação não seja base de um ensino para todos, e a sindicância sindical seja mera mendicância laboral.
Claro que depois, na Sociedade dos Juízes de juízo final, temos a soberba da convicção, assertiva, certeira e certa, de que a corrupção apenas e só pode aumentar exponencialmente caso as privatizações ocorram e a vida pública não se mantenha estritamente separada de uma existência impoluta.
Porque o pecado original é justo o inverso desse ideal, tão pouco ideológico: a exploração do Homem pelo Homem.
Silogismo, ou algo mais?
Continua aqui, numa falácia corroborada.
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