Parece que o tempo parou.
Aquilo que se assiste é uma frente de nevoeiro, denso e farto, clandestino e forasteiro.

Entre as brumas de uma memória passada, nesse anseio que um desejo nunca deixou esmorecer, aquilo que a Lusa Pátria perdeu em Alcácer-Quibir, a 4 de Agosto de 1578, numa batalha em defesa da honra Nacional, chega agora dando provas dessa linhagem quebrada, restituída numa ambição de Salvação.

Alvíssaras! Alvíssaras!
El Rey voltou!

Conta-nos este estrangeiro, de origem goesa, as batalhas travadas pelo seu antecessor envolvido nesse nevoeiro que nos fez perder a Independência, o rapto que levou o Desejado até à sua torre de marfim, e de como o trono desta terra, tomada pela oposição que se instituiu no seu lugar, logo será salva com a sua coroação de glória.

A Sociedade, após o hiato longínquo de 437 anos, nesta vasta costa de ostracização e esquecimento, onde a entrega despótica, entre a Reconquista, o Regicídio, a República, Ditadura e Liberdade Democrática deste Estado, sente agora o fervor dessa ânsia em se rever neste seu desejado.
Partem dessa premissa Lusitana dos Lusíadas, desse primordial Primeiro Canto, da honradez hipopeica, onde se traça justo aquilo que, apenas, se pede, Dedicatória ao seu passado revelado:

(…)
E vós, ó bem nascida segurança
Da Lusitana antiga liberdade,
E não menos certíssima esperança
De aumento da pequena Cristandade,
Vós, ó novo temor da Maura lança,
Maravilha fatal da nossa idade,
Dada ao mundo por Deus, que todo o mande,
Pera do mundo a Deus dar parte grande.

A este salvador da Pátria Lusitana, saído deste fumo que se acumula pelas ruas da cidade, só se pede isto, que nos garanta a anterior liberdade. Uma certíssima esperança, deste laico Estado, tu que és o temor do Mouro Estado Islâmico que se avizinha, tu, maravilha fatal da nossa idade, que vieste a este Mundo, para de nós fazer dele maior parte.

Pois o que se sente é fumo, cheiro a queimado.
Soam sirenes, é um atentado! O Parlamento arde. Sinal de Golpe de Estado…

FOG.jpg

Noticia-se, é que esse tal de desejado, é mais outro, igual que o Marco Tulio Catizone, o falsário. Da costa nos empurra, o perdulário.

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