Quem a nós se segue não pode ser senão o reflexo daquilo que de melhor em nós existiu.
Esse elo genético que aprimora a raça, confronto do Ser Humano face às circunstâncias da cambiante mudança terrestre.
Só que o Homem não muda. Adapta-se.

Prova viva disso é o grafismo das imagens que se viram esta semana.
Um rapaz de treze anos é submetido a treze longos minutos de violência física injustificada.
A violência física é sempre injustificada. Mas mais aqui.
São crianças. Pré-adolescente.
Pubescentes.
São a geração que se segue.

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Olho para trás, para o antes de mim, e para esse reflexo cambiante, entre aquilo que não sou e o que gostava de ser. Naquilo que pensava e almejava ser agora.
Tentei colocar-me no papel de alguém com treze anos, e ver essa juventude transviada que se vive.

O exercício a ser útil é inoportuno.
Quando tinha treze anos, em 1996, os telemóveis mal tinham surgido no mercado, internet era algo fixo, e a mobilidade era relativa. A minha liberdade era condicionada à existência física de pais que me controlavam.
E não era, é, mau.

Hoje, perante esse ‘gap’ geracional que se insurgiu neste horizonte trabalhista, temos uma pretensa Liberdade quase absoluta de poder, em grupo, agredir de forma coordenada, e à vez, um dos nossos. E com gozo, regozijo.

Olho, nesse exercício que fiz, quem sabe por deturpação genética, emotiva e emocional, e lembro-me que os insurgentes que tomam para si a data da Libertação Democrática deste país eram os filhos rebeldes de boas Famílias, a quem nada faltou, mas que queriam dar o seu grito adolescente para dizer ‘está diferente’.
E de facto, como 13 minutos gráficos fizeram ver, está.
De quem é a culpa aqui?
De quem agride? Do agredido? Dos Pais?
Do País?
Da crise?
Ou de tudo um pouco?

À falta de educação faz-se novas oportunidades de educação, onde ‘burro velho não aprende línguas’ e cada cara representa uma mentira.

É sintomático, coerente, tal melodia.
Nascimento, vida e morte, quem diria:
Esta juventude será alguém um dia.

Acrescento uma nota adicional de nojo.
Um outro jovem, de 14 anos, foi brutalmente assassinado por um ‘desconhecido’ seu, um rapaz de 17 anos, sem que haja, houvesse, justificação.
A descrição da morte com uma barra de ferro é doente e significa que este jovem, esta transviada juventude, não é produto de uma Sociedade doente, mas de uma doença pessoal.

Matar de forma gratuita é desvio de personalidade e inclui-se num ramo de assassinatos, onde o ‘killer’ ganha uma projecção diferente.
Já agredir gratuitamente, sem justificação aparente, mesmo que a estranheza da impavidez do agredido nos confunda, é sintomático com a Sociedade de consumo imediato em que vivemos.

Consumimos a fama dos 15 minutos, e tudo fazemos para a ela chegar.
Andy Warhol previu.
O resultado chegou.

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