Começo por admitir algo em que Jerónimo de Sousa tem razão, eu também rejeito “usar a família como arma de arremesso”, mas sejamos sinceros, não é desse espantalho que o PCP se alimenta sempre e quando lança o repto divisionista entre o Grande Capital e as suas teias no Poder instituído?
Ou será que o nepotismo do ajuste directo, tal qual favorecimento a um dos seus, não se encaixa nessa directriz?

Se o imposto Mortágua nos trouxe a solução Robles, porque não olhá-lo de igual forma, com esse escárnio despótico que a política dos compadrios nos habituou?
Veja-se a Caixa Geral de Depósitos, nessa ponta do icebergue Socialista, desmando Socrático com Armando Vara a conceder crédito em benefício do favor amigo.

Só que o ranço institucional é mais profundo.
Nem falo dos conluios partidários aptos a colocar em cheque um Rui Rio de mãos dadas ao vendilhão das vacas voadoras, mas remeto-me ao nome-trocadilho deste texto como reflexo do financiamento partidário.

Enquanto a maioria partidária vive da subvenção Estatal (entre 2011 e 2015: CDS 96%, PSD 82%, BE 79%, PS 62%) o PCP tem um financiamento público minoritário (11%), constituído em grande parte através da capitalização própria desse truque que um dia, em surdina parlamentar, ensinou ao CDS: depósitos uni-nominais de baixo valor.
Mas se o CDS sentiu (e aprendeu) com o seu Jacinto Leite Capelo Rêgo – que levou à alteração à lei das doações partidárias -, parece que o PCP sente agora algo pior: a fuga disputada dos seus eleitores pela oposição.
E sinto que nada no PCP vai mudar.

Sal Azar

Jerónimo pede desde logo mais investimento público quando o que a Câmara do Camarada Bernardino fez foi o contrário.
Mas na fuga da minoria esquerdofrénica parece-se juntar o Bloco, cuja a mana má do imposto Mortágua, Joana, acusa antes de apurar lembrando a herança paterna e publica o vídeo da violência no Bairro da Jamaica apontando o dedo à Polícia de Segurança Pública, gerando mais violência e distúrbio público.

Pode que a narrativa das audiências jogue no extremismo à Direita pseudo-patética de uma Nova Ordem Social Salazarista, mas parece-me que a narrativa política busca um novo Salazar governativo: a maioria do poder, aquele que em absoluto corrompe absolutamente.

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