Não que deseje que o mundo abrande e a terra gire mais devagar nessa memória de infância quando os telefones eram de disco, o wireless era quase ficção cientifica e as K7 a moda vigente, mas neste instante que vivemos e em que o planeta parece dominado pelo futebol, tudo abrandou e a terra gira devagar. Não só somos futebol como estamos num loop repetido da música ‘Wishing on a Telstar’ da Susanna Hoffs, plácidos como se em 1991 estivéssemos, finda a Guerra Fria em vésperas de um conflicto Norte Americano em Terras Árabes, ao mesmo tempo que uma bolha Nipónica estagna a economia Asiática.
Claro que o olhar passado não faz o presente, mas há mais nele que a memória latejante de uma canção pop.

Desejar um Telstar é algo que nos contempla e possui.
Resultado da participação público-privada entre a Bell Telephone Laboratories e a AT&T em 1962, o Telstar foi o primeiro satélite de comunicações civil lançado ao espaço com o intuito de unir estações televisivas longínquas em sinal contínuo e ao vivo. Mas o desenho do satélite esférico e o seu padrão gráfico acabariam por influir no que afinal transmitiam.
Ao se rever campeonatos de futebol que passavam a preto e branco em televisões cujo contraste se esbatia em relvados monocromáticos, a bola – cujo padrão era então ausente – teve em 1970 a necessária transformação para a Copa do Mundo desse ano.
Celebrando o satélite responsável por assegurar a visualização global do evento, o esférico ganhou o formato icosaedro truncado branco e negro contrastado que todos reconhecemos de memória popular.

Telstar.jpg
Só que o reconhecimento é falso, e a memória fajuta. Não estamos em 1991 e a Telstar que ainda hoje supomos existir já não é usada desde 1976 ainda que o actual Campeonato a homenageie com a versão 2018.
Hoje em dia o Futebol tornou-se em ardilosa política populista e até os vencidos se creem vencedores.
Aqui em Portugal temos Bruno de Carvalho, enquanto lá fora a memória do escândalo FIFA criou as raízes de inúmeros jogadores em fuga financeira a meio de crises Sociais onde o exemplo de #fairplay é ‘paga e não vais preso’.
A verdade é que a Democracia dos votos desportivos anima e atrai mais eleitores que aquela que nos governa e por tal temos TrumpsOrbáns e Salvinis impondo muros e nunca pontes.

A guerra não está fria quando as tarifas de arremesso se tornam em isolacionismo de “cada um por si” e “nós primeiro”. Esse é o prelúdio para que a transmissão corra mal e o satélite corte a emissão.

Hello? Operator?
Hello, hello. Operator?
Hello, hello? Hello, hello?
(estática)

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