A 4 de Outubro de 2012 o inimaginável ocorreu na vida de Terry Gene Bollea. Uma gravação sua de 2006 a ter relações sexuais com a mulher do seu melhor amigo vai parar ao site Gawker.com e de um momento para o outro o que seria a vida privada de um individuo torna-se na destruição do que é uma figura pública.
Pelo menos é essa a versão que se supõe crer quando se descobre que Bollea é Hulk Hogan, o wrestler profissional exposto num trio à primeira consentido que se fez sem sentido ao descobrir que um famoso se escondeu toda a vida por trás de um nome para poder actuar como quis.
Conclusão?
Hulk saiu manchado, nomeadamente por se descobrir que a gravação continha o uso de insultos raciais, mas Bollea ganhou uma indemnização milionária pela intromissão dos Média na sua vida íntima.
Dissociação de personalidade? Não, um mecenas manipulador nas sombras com um alvo a abater.
Peter Thiel, fundador do PayPal, suportou os 10 milhões de dólares de custas do processo com o intuito de derrubar a Gawker Media por anos antes estes terem enaltecido o facto de, por ele ser gay – “Peter Thiel, the smartest VC in the world, is gay. More power to him.”- seria a mudança necessária neste novo mundo que vivemos. E foi.
Thiel tinha o seu alvo, o de outro também: as Fake News.
O choque foi generalizado quando Trump venceu as eleições. Thiel, que de Libertário Conservador a Republicano feroz se fez, contribuiu o suficiente para fazer parte da Comitiva Executiva de Transição do novo Presidente. É óbvio, as suas visões sobre os ataques da imprensa fazem-se corresponder.
Mais, nesse momento em que uma gravação de se fazer agarrar por aquele lugar deu azo a uma resposta que justifica muito do que hoje se vive nesta diáspora da ocidentalização política onde as maçãs são vendidas como bananas pelos políticos que temos o bilionário do PayPal disse:
“Por um lado, a gravação foi claramente ofensiva e inapropriada. Ao mesmo tempo, fico preocupado com o facto de existir uma parte de Silicon Valley que é híper politicamente correta sobre o sexo. Um amigo meu tem uma teoria que o resto do país tolera Silicon Valley porque as pessoas dali (de Silicon Valley) não têm assim tanto sexo. Não estão a divertir-se muito”
Sobre Sillicon Valley deve Thiel saber (quem diria que subsidiou o processo de Hulk Hogan, certo?), sobre o resto assistimos nós, numa (in)justa mediatização que apenas serve para destruir caracter e formatar mentes sobre a permissividade que nos governa.
O ‘medias bias’ – ou viés mediático – foi contornando a vida de uns tantos.
Tiger Woods não foi Trump.
Bill Cosby não foi Trump.
Bill O’Reilly não foi trump.
Harvey Weinstein não foi Trump.
Kevin Spacey não foi Trump.
Se a Presidentes eleitos lhes é permitido o mote de agarrar alguém pela pussy, como pode ser que aos de ficção lhes ocorra desfechos mortais com juízo moralista bacoco?
Não determino a falsidade de uma banana para dizer que é maçã, nem de que os traumas de um passado não sirvam para no presente se fazer justiça sobre o que antes ocorreu. Mas pergunto-me se tudo isto não tem o oportunismo do politicamente correcto e a hipocrisia desse silêncio que se consente em troca de algo que agora percebemos poder rejeitar em causa própria.
É que um ano depois da vitória de Trump, andamos sempre atrás de bananas e não de maçãs. E isso é uma Fake News perigosa.
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