Aquando da decisão da criação da moeda única, em Maastricht, o meu querido amigo Victor Cunha Rego pediu-me duas linhas acerca das consequências que teria para os países aderentes a criação de tal novo meio de pagamento.
Ciente de que a História nos dá Lições, escrevi sobre as guerras púnicas, encerradas com a conquista pelo General Romano Cipião da cidade de Cartago.
A primeira consequência foi a imposição de uma única moeda: a da República Romana.
A lição que retirei desse histórico acontecimento foi a de que a perda da moeda é a destruição de um instrumento de poder insubstituível. O emissor da moeda que passa a vigorar, regula-lhe os fluxos e as taxas de juros que lhe sejam mais convenientes.
Daí o titulo destas duas linhas: quem não tem moeda própria está sujeito às taxas de juros do emissor.
Para a União Europeia é claro que o emissor tem nome: Alemanha. As conclusões serão tiradas por cada um dos leitores tão logo a inevitável subida dos juros na Alemanha se repercutir nas nossas contas, nomeadamente no custo da pesada dívida pública.
Abel Moura Pinheiro
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