Afirmo, sou tão anti-capitalista quanto um Comunista é vegan. Ambos compramos apenas na certeza de um bem colectivo, recíproco de algo maior.
Só que nem os Comunistas são, per se, Vegan, nem eu um anti-capitalista primário.

Esta tradição de que as águas políticas se devem separar, como se a lepra contagiante se fizesse esperar por uma nova figura bíblica que nos unisse, é o facto remanescente da Guerra Fria que aquece o cenário político actual.
Hoje é o nepotismo na colocação dos filhos, afilhados e primos distantes em cargos públicos como se “Parentes de figuras públicas só podem ser pedintes”, quando antes eram as pastas e postas ao melhor estilo “jobs for the boys” carreiristas partidários.

E que mal vem ao mundo deste aulicismo oportunista (passo a redundância)? Ou melhor dito, da cunha aplicada e oportunidade dada a quem dela pode usufruir?

Se anteriormente escrevi sobre o acto falho da Democracia, essa redução ao mínimo denominador comum o todo votante por inércia própria e vontade imposta de uma Sociedade que faz do facilitismo o rumo sem o desafio, parece que esse espelhar das facilidades encontra agora ecos desconfortáveis e de desagrado quando os beneficiários logram posições para as quais não estão devidamente habilitados a ter.

Vejamos; não quero incorrer num percalço político, pois excepções as há em toda a linha, mas é sempre interessante ver essa protecção partidária quando os familiares de uma mesma corrente política se veem envolvidos em esquemas de nepotismo.
É que cunhas privadas, por mais condenáveis que sejam, não incorrem no registo de crime público, já quando praticadas no acto de funções, nomeadamente dentro do poder legislativo da Assembleia da República – como é o actual caso do deputado e Presidente do PS Carlos César – hipoteticamente sim, usurpando concursos públicos e fazendo de nomeações directas uma realidade condenável.

Fast.jpg

Mas onde fica o tal bem maior?
Dependendo dos extremos que se querem tão desiguais no seu revanchismo político, o Comunista seria tão Vegan como eu anti-capitalista. Como me parece que todos (num país – supostamente – Democrático) comemos Fast Food, acho há um meio termo de aceitação de lógica cognitiva sobre o que é o nepotismo, aulicismo, a cunha e o mérito que uma porta aberta faz manter alguém com capacidades.

Sou inteligente o suficiente para saber que a cunha é lícita quando existe vazão para a mesma num meio privado.
Sou esperto para perceber que ela existe para colocar os ineptos em posições que de outra forma não o conseguiriam.
Se fizesse um cocktail de memória seria um “conseguimento” do “inconseguido”, retórica Socialista no seu melhor.

Mas aqui retorno à pequenez que a todos define e à memória do adágio popular: “a galinha da vizinha é melhor que a minha”.
Na verdade não é a cunha do político aos filhos, afilhados e primos distantes; é não ser a nós.
É sermos os excluídos dessa sorte em ser autistas na capacidade de chegar a uma posição de conforto em que o Fast Food somos nós.
Rápidos a confeccionar, ligeiros de digerir, eternos a processar num mundo que se diz saudável.

2 Comments

  1. “TENTAM DISSIMULAR, TENTAM LUDIBRIAR, TENTAM, DE NOVO, MANIPULAR… E ESTÃO CONSEGUINDO, DE NOVO.”
    > https://gustavohorta.wordpress.com/2017/06/15/tentam-dissimular-tentam-ludibriar-tentam-de-novo-manipular-e-estao-conseguindo-de-novo/

    “… DISCURSO FALACIOSO E GOLPISTA QUE TENTA COLOCAR TODOS COMO FARINHA DO MESMO SACO,
    MESMO COM TANTAS EVIDÊNCIAS DE QUE
    TODOS POSSAM ATÉ SEREM FARINHAS,
    MAS DE SACOS E QUALIDADES MUITO DIFERENTES.”

    #AecioNaCadeia

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