Li, com o reflexo de uma certa empatia de dor e dessa complacência que a Sociedade Ocidental em nós recria, o texto que o meu amigo Miguel (Bernardo Lodi) escreveu no seu blogue, intitulado ‘Os chatos do Mundo Legal’. Nele ele contrapõe, com essa verdade consequente de quem viveu, essa outra realidade de igualdade que eu – por ausência ou sorte – não partilhei e agradeço não ter vivido.

Falo do bullying que, tal como o título do seu texto, versa nesse mundo da amplitude ‘legal’ – como algo aprazível – e da legalidade – o jurídico que nos rege – nesse estranho equilíbrio do politicamente correcto que a todos conspurca e acaba por viver nesse lodo da aceitação sem questionamento.

Ainda esta semana Mark Zuckerberg colocou a bandeira do orgulho LGBTQ como emoticon de reacção no Facebook e o entendimento sobre esse facto transcendeu esse preconceito que falo existir como algo positivo numa Sociedade que se busca saudável.

O orgulho gay é uma reacção que transcende o Bullying, o Bully, e o consagra a pertencer a uma História que se edifica em erro, acerto e correcção. E também eu sou parte integrante desse erro que se busca corrigir.
Quando escrevi acerca das Ditaduras, Ditamoles, da Homofobia inexistente à ca(na)vilha(s) explosiva! ali estava parte de algo que nem eu sabia como reagir por viver imerso nesta cultura da aceitação por imposição de uma pauta pré-mastigada e entregue a consumir.

Eu cresci nas décadas de 80′ e 90′, não existindo, ainda, esta realidade do bullying como a temos hoje. Em miúdo até andei numas brigas de pêra e soco – uns pontapés – com alguns amigos. E surpresa das surpresas, ninguém deixou de ser amigo, continuámos a falar e crescemos. Somos saudáveis.

Zelyum 43

Só que o saudável de então, por ausência de nome, não invalida que o mesmo, nesse duro reflexo de um hipotético Zyklon B, não fosse um Zelyum 43 (que aqui uso apenas como paralelismo literário).
Se um serviu o propósito encontrado na Solução Final, ao escutar a brilhante letra da música que os Teratron elaboraram para o seu LP ‘Cobaias’, parece que esta nova solução final de sermos todos imunes a algo sem nela pensar é a nova ordem mundial.

“Sou, sou imune a tudo, sou imune a tudo, sou imune a quê?

Não há ninguém, tão bem como eu estou.
Nem sei, nem nunca vai por onde eu vou.
Que mais vou ter se perdi o prazer.
Jamais vou me abrir ou voltar a sentir.

Sou imune ao teu lume. Sou imune ao teu lume.”

Imune à tua igualdade. Imune à tua diferença.
Igual? Nunca diferente.

Nota:
Letra da música Zelyum 43, Teratron, 2011.

Sou, sou imune a tudo, sou imune a tudo, sou imune a quê?
Sou, sou imune a tudo, sou imune a tudo, sou imune a quê?

Não há ninguém, tão bem como eu estou.
Nem sei, nem nunca vai por onde eu vou.
Que mais vou ter se perdi o prazer.
Jamais vou me abrir ou voltar a sentir.

Sou, sou imune a tudo, sou imune a tudo, sou imune a quê?
Sou, sou imune a tudo, sou imune a tudo, sou imune a quê?

Sou imune ao teu lume. Sou imune ao teu lume.
Sou imune ao teu lume. Sou imune ao teu lume.

Não há ninguém, tão bem como eu estou.
Nem sei, nem nunca vai por onde eu vou.
Que mais vou ter se perdi o prazer.
Jamais vou me abrir ou voltar a sentir.

Sou imune ao teu lume. Sou imune ao teu lume.
Sou imune ao teu lume. Sou imune ao teu lume.

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