Quanto mais escuto, vejo e leio sobre as ideologias do medo que assistem a mudança política que vindica a mediocridade latente que esta nova Sociedade prossegue, pergunto-me onde anda essa busca por um Mundo melhor que me foi ensinado (e mostrado) ao crescer?

Não farei tábua rasa do risco, nem isso ou da realidade cambiante que nos assiste, mas quando crescia o objectivo de vida a ter era superar-me, capacitar-me mais a cada dia, e numa alusão de riqueza – seja ela monetária ou não – melhorar as minhas condições de vida.
Agora não. A sobrevivência baseada nesse medo do vazio, feito um vácuo de esperança – como se a Sociedade dos que muito têm o têm por corrupção, ou os pobres é que o merecem ser por pena de uma desgraça merecida – é o rumo de uma burocracia adventista que condiciona muito mais o pensamento que a vontade.

E aqui entramos na cifra numérica de um planeta que não aumenta, inova-se e cuja população cresce num ratio exponencial assustador.

Um no meio dos sete mil milhões não pode fazer a diferença, mas é nele que germina aquilo que faz da mutação a mudança que um qualquer Kafka faria de ardil escrito a sua conversão animalesca numa plausibilidade real. Falo de ideias, ou para o caso da transformação ocorrer, da ideia.
Se na celebração que se insurge como memória do possível, nesse século que passou, se regala o Comunismo como o alicerce de venturoso face ao medo, dele se fez nascer – nessa apoteose lírica que aqui escrevo – um Fáscio degenerado que o Nazismo implementou como mutação genética em busca do Homem Ideal. Homens ideais não existem, ainda que será na miscigenação que o futuro encontra ecos de breve trecho.

Kafka.jpg

Cem anos não chegaram para matar uma ideia, nem sequer a sua oposta, e resíduos de ambas vivem nesse medo que as torna populistas, latência economicista de uma Sociedade amedrontada face ao terror que se proclama e deixa proclamar.
Queremos ser a mediana que se estabelece como a felicidade pois se sabemos o limiar da pobreza, a riqueza será o expugno de quem é corrupto ou se deixa corromper.

O mundo não mudou, soma e segue na sua igualdade, assistida pelo carácter da inovação que o acelera para propagar as ideologias feitas esse medo em se ser melhor que aquele que a mim é igual. Afinal é a riqueza – a monetária – o fito da Humanidade. E o medo chama-se inveja, não fosse essa a mutação Kafkiana que Camões fez dos Deuses na estrofe final dos Lusíadas.

Inveja!

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