Nem tudo na farpa são farpas adstringentes humorísticas sobre uma perversão histórica das verdades factuais, ou os argumentos se esgotam na retórica dos chavões clássicos.
Por trás deste projecto existe um debate fora da rede virtual onde a informação – ainda que processada a solo – se faz através do convívio Humano.

Não existe só e apenas política, crónica social ou crítica pessoal.
Existe investigação e pesquisa, interesses vários.
Existe estética.

Um sentido de estética que se vai apurando numa imagem a publicar diariamente com o texto.
Algo sintomático e em sintonia, impar, díspar, arrogante ou imberbe.
Muito vem da minha elaboração psicossomática do que a História – e estória – me transmite, teoria que, em seguida, apresento em capítulos ao longo deste fim-de-semana prolongado

Prelúdio Esteta

A vida pode ser experimentada de infinitas formas e maneiras, e essa infinitude é o ponto de convergência e dúvidas humanas. Como podemos nós gerir o infinito do Espaço, quando a nossa existência se aplica na razão espacial de um planeta que se insere numa via láctea perdida em algo impossível de se medir. A vida humana define-se justo pelo factor morte e de como o infinito não passa de abstracção mental. Regemos-nos entre ângulos rectos e tectos que colocamos sobre a nossa cabeça, num sentido de protecção consistente com a sobrevivência.

Assim, se existe algo que no mundo actual, e porque não no dito passado, existe, é uma multiplicação de estéticas e éticas. Se por um lado temos uma visão dicotomizante do mundo entre o Ocidente e o Oriente, ele é muito maior e mais vasto que a visão ocidental tão toldada pelo quotidiano repetitivo. Assim, a forma que cada um de nós tem de uma ideia concebida do que é o Mundo, outros também a terão. A isto se chama a individualidade da estética. O exercício de nos olharmos no espelho e reconhecemos em nós as similitudes dos outros.

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Podemos pensar de forma abstracta de que se existe uma estética uniforme e lata, que sirva a todos, ela passa pelo entendimento da natureza e meio ambiente onde nos inserimos. Recuando milhares de milhões de anos, até esse charco de matéria primordial, podemos dizer, com dita pretensão, que somos filhos da poeira de estrelas, que germinamos todos de uma mesma raiz, daquela que ao aprender a lidar com a adversidade, se soube adaptar e sobreviver contra o ambiente onde se inseria. Justamente, esse é o momento em que suplantamos o meio onde estávamos e o transformamos a nosso bel-prazer.
De nómadas, transformamos-nos nestes Seres que vivem em cidades, e de palhotas passamos aos condomínios e torres elevadas. Suplantamos a Natureza e fizemos dela nossa criação. A estética nasceu, e a ética fundou-se no comportamento que nos delimita enquanto sociedade.

O pensamento que se alicerça no comportamento do Homem enquanto Sociedade é na sua medida própria conservador. O Concilio de Niceia fez um trabalho e tanto quando definiu na Bíblia os dez mandamentos e a sua subsequente ordem. Primordialmente o Homem enquanto ser irracional tem a necessidade de acreditar em qualquer força a ele superior, e que dela descende.
Em seguida aprender que é no respeito por essa geracionalidade, sempre em sentido de pirâmide, que encontra a sua génese e matéria primordial da qual surge. O conceito de auto preservação em sociedade estão também presentes, terminando com a pureza que se deve ter nos pensamentos e actos por forma a garantir a capacidade de se viver em sociedade.
Será interessante pensar no bom eremita como exemplo do homem alienado de tudo mais, mas isso deixa-se para a imaginação literária de Rousseau e do seu bom selvagem. A ausência social é um factor pouco comum. Vivemos em sociedade e é nela, e na sua estética/ética que temos de saber estar.
Todo um prelúdio para a História Humana vista em imagens, palavras e sobretudo ideias.

(continua)

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