Regresso passado uns dias de silêncio para um balanço pessoal acerca de tudo o que tenho visto acontecer nos últimos seis meses.
Não, não se trata do balanço dos seis meses de Governação da Esquerda visto já ter feito um ‘Best Off’ das minhas crónicas diárias acerca do tema.
Não, escrevo um balanço nesse sentido etimológico da palavra, em busca dessa “harmonia geral entre as partes” como definido em 1732.
Venho pesar factos contra argumentos que nos últimos meses têm sido de suma importância e que agora, neste espaço temporal, podem vir a ser decisivos para o que um futuro global nos pode reservar.
O Mundo é um lugar em constante mudança. Os acontecimentos meteorológicos são, na maior parte dos casos, a razão pela qual o Homem se teve que adaptar às inevitáveis consequências cambiantes do terreno. Depois entram fenómenos terrestres: terramotos, tsunamis, desastre naturais. A flora contra a fauna.
Nessa adaptação o Homem tornou-se de nómada e colector em sedentário e cultivador.
Já não se adaptava mas transformava. Mas a transformação de subsistência rápido se tornou de escambo em noção de lei monetária.
A ganância superou o bom senso e o punho impôs-se numa batalha feita guerra ao longo de inúmeros séculos.
A bem ou a mal a Humanidade tem vindo a superar-se, melhorando inequivocamente a sua lógica e razão. A transformação regressa em sintonia com a adaptação e não com a mudança impossível de ocorrem numa espécie que nada mais faz que andar em luta constante com ela própria.
Ainda assim o retrocesso ocorre.
Chegamos ao ‘agora’.
A crispação actual não é só Nacional. Não é só a ladainha de uma esquerda feita Geringonça contra uma Direita apelidada Caranguejola.
Não é o certo contra o errado ou mesmo o seu contrário em detrimento do que é correcto. É uma insatisfação generalizada face a essa Sociedade que, num espaço de tempo demasiado curto, cresceu e não se adaptou.
Os (cada vez menos) epifenómenos das redes sociais, da propalação da palavra individual, criaram uma pseudo realidade sobre o que é a verdadeira Democracia.
O Direito à Liberdade de Expressão, uma das maiores garantias da Declaração Universal dos Direitos do Homem, não consente que a mesma seja usada como forma de agressão gratuita perante a mera discórdia. Mais, a noção de Liberdade em si, sobretudo num mundo virtual, parece esquecer a sobreposição da Liberdade individual: onde a de um se inicia, a do outro termina.
Porventura esse factor, demasiadas vezes confundido com a questão da Liberdade de Imprensa, tem sido o cúmulo jurídico de ver transformados cidadãos comuns em verdadeiros advogados, juris e juízes de pauta formada, prontos a denunciar tudo e todos face aos seus princípios de entendimento.
Não me surpreende nada que daqui a menos de uma geração se veja transformar a Sociedade Ocidental numa sina justicialista de vendetta.
O balanço actual não é positivo. Na verdade também não é negativo.
Ele é, como sempre, o mero reflexo da capacidade que a Humanidade tem em se adaptar à sua realidade envolvente.
De momento andam todos a querer ter razão numa casa sem pão.