No dia em que tomo conhecimento dessa ideia, por mim apelidada de adstringente, de ver o Bloco de Esquerda propor a criminalização fiscal do “enriquecimento injustificado” no usufruto por parte de políticos daquilo que os amigos lhes emprestem, elaborava um maior raciocínio sobre o que me incomodava nesta Esquerda das morais em murais virais, pensando naquilo que pensaria Simón Bolívar sobre isto tudo? sou interrompido por uma mensagem que a todos surpreendeu: Angola pede ajuda ao FMI

Pausei o meu espanto nessa inércia estúpida da critica vulgar e rápida.
A República de Angola pedir ajuda ao Fundo Monetário Internacional é algo superiormente mais grave do que uma mera disputa partidária no hemiciclo Português sobre quem defende melhor os interesses Democráticos Angolanos. Assistir ao Movimento pela Libertação de Angola, estatizado no poder desde que o país se tornou livre, com um Presidente há 37 anos no comando da Nação, que só teve eleições universais em 1992, é sintomático do que o respeito pelos princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade se tornaram.
É o acto final e agonizante de uma narrativa construída para o sucesso, condenada ao fracasso.

ANGOLA FMI.jpg

Ao argumentar sobre o enriquecimento injustificado que o Bloco propõe escrevo que “a mácula que a Esquerda tenta sempre fazer pejorativo sobre a Direita torna-a moralmente superior na sua ideologia de pacote. Não é. Ambas têm mácula, mas enquanto uma sucumbiu a outra inovou-se na vontade Democrática.”
Angola é o melhor dos piores exemplos actuais disso.
A sua vontade em travestir uma plutocracia autocrática onde o nepotismo impera como se de uma Democracia de plenos Direitos se tratasse são razão óbvia para o resgate que agora se pede.

E aquilo que mais envergonha tudo e todos, neste meio Democrático em que vivemos, é a fraude das falsas éticas e morais que usamos.
Essa mácula que a todos tinge e restringe é ver que a República de Angola terá o seu resgate, plano de assistência financeira ao estilo Português, sem que a sua política interna ou externa se vejam tocada pelo que ocorre.

O Governo irá se manter com a popularidade de quem soube tomar as medidas certas na hora exacta.
A deturpada mente política que apoia a Democracia Angolana verá isto como o dividendo capitalista a retirar.
A doentia mente política da Esquerda Comunista dirá que são as forças capitalistas que ousam roubar ao povo angolano o que ao povo pertence.
Já o Bloco de Esquerda, na sua índole deste seu enriquecimento injustificado, buscará, seguramente nessa sua Revolução Bolivariana, o inequívoco paralelo entre estes dois países tão diferentes e em tudo tão iguais.
(ou não)

No caso volto a pausar esse meu espanto para me perguntar que pensaria Simón Bolívar?
Que diria El Libertador, o George Washington da América do Sul, cujo nome adorna uma Revolução ideológica que torna o povo de um dos mais ricos países do Mundo em autênticos miseráveis.
Qual Liberdade, Igualdade ou Fraternidade?

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