Quando na quinta feira, 10 de Março de 2016, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva e dos seus familiares algo de inevitável ocorreu na psique de todos os que assistem ao processo da Operação Lava Jato: a Casa finalmente caiu.
Chegaram à cúpula do poder máximo, à jugular de um animal feroz, à auto intitulada jararaca, dando-lhe fortemente na cabeça e dando esse passo final para que o Partido dos Trabalhadores seja apagado da História do Brasil.
Por outro lado as forças que clamam Golpe! dizem tratar-se do regresso às prisões políticas sem senso, razão ou sentido. Fala-se em perseguição, nesse futuro Mandela Latino Americano, no que o próprio, desafiando a Justiça diz: “A partir de agora, se me prenderem, eu viro herói. Se me matarem, viro mártir. E se me deixarem solto, viro presidente de novo”
Na verdade dos factos, falando a bem da verdade, a indiciação de Lula – por pior que esteja a política interna/externa do Brasil – enquadra-se numa complexa teia que envolve não só e apenas o PT. Envolve partidos que apoiam politicamente o Partido dos Trabalhadores mas também opositores seus.
Ao se ler a lista dos políticos investigados no esquema de desvios de dinheiro da Petrobras não há duvidas disso: SD: 1; PTB: 1; PSDB: 1; PMDB: 8; PT: 8; PP: 31. Se a corrupção fosse, por decreto, um equilíbrio partidário, diria que o Partido Progressista estava em franca vantagem.
Mas essa especulação é mero ardil da estupidez alicerçante que se instituiu. Claro que uma justa justiça deve apurar factos e apontar os crimes que foram cometidos para os condenar. A mesma justiça não deve ser feita justicialismo, coisa que a imprensa, levada pela necessidade de sobrevivência financeira, as pessoas por necessidade de vendetta pessoal, ou a Sociedade num todo por inércia do pecado se ver expiado naquele que um dia nos governou, se divertem a ver ocorrer e tomar partido do mesmo.
Já antes, num remoto passado, no final de 2014, escrevia um texto sobre o sufflé tropical que o Brasil seria, mas onde a corrupção não teria raça, cor ou credo, sendo que sempre houve, apenas ficaria, graças às tecnologias do tempo, muito pela rama.
Hoje vemos fenómenos ‘virais’ em que a informação se propaga e o erro ou acerto do mesmo se dissemina muito depressa. Por vezes é bom e funciona.
Por vezes é mau e dogmático. Agora serve para fazer jus a essa unilateralidade em que a Sociedade vive. Aqui como lá, a Justiça é o novo Poder reinante.
Resta saber até quando?
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