Antes de mais quero dizer que considero não existir imparcialidade.

Todos os Seres Humanos, no principio da sua defesa pessoal ou de outros iguais, são de forma lata, parciais. E dito isto, tecer qualquer tipo de comentário, elaborar um pensamento, ideia ou defender um principio, passa pela parcialidade do Ser Humano que acede à sua coerência em o fazer.
Assim, tentar falar de algum tema, invocando imparcialidade, é desde logo, ser parcial.

Sou sempre criticado por ter uma declarada opção política de tendência conservadora liberal, entenda-se ‘direita’. Sou, por isso, parcial na forma como falo e comento os ditos partidos de direita frente a partidos de esquerda.
Felizmente considero-me um Ser dotado de bom senso, e sei que a vida não se divide numa dicotomia entre ‘certo’ e ‘errado’, ‘bom’ e ‘mau’, ‘direita’ e ‘esquerda’, ‘branco’ e ‘negro’. Se fizer uma analogia cromática sobre a vida, direi que ela é multicolorida, com diferentes tons e nuances, nos quais, seguramente, há o branco e negro também.

No que toca a Portugal, penso que existe um maior entendimento sobre as minhas, conhecidas, posições políticas, defendidas por quem vive directamente na Sociedade Portuguesa.
Já quando falo do meu país de Nacionalidade, o Brasil, defendendo as políticas de direita, nomeadamente as do PSDB, com Fernando Henrique Cardoso, e agora com Aécio Neves, contra o partido de esquerda, actualmente no Governo, o Partido dos Trabalhadores, sou sistematicamente atacado pelo meu desconhecimento das razões de corrupção que a direita tem no Brasil, por ventura, até maiores que a esquerda, e que eu, por ignorância ou esquecimento propositado, não falo.

Nesse sentido farei um texto sobre a questão da corrupção no Brasil, não desde os tempos da Corôa, pois tal levar-me-ia a eternidade da fuga da Família Real entre Portugal e o Brasil e a independência do Império.
Quero me prender na memória dessa dicotomia entre a divisão do poder, a esquerda e a direita Governativa no Brasil Democrático – entenda-se desde a década de 1960 até à actualidade.
Como disse no inicio do meu texto, não conseguirei sei imparcial, mas tentarei.

A corrupção é um acto que acompanha o Homem desde que este percebeu a diferença entre ter ou não ‘o’ poder. Subir a uma posição de poder permite uma melhor vida, e como tal, a ascensão a um cargo que o servisse, era a ambição.
Evidente que a linha da corrupção segue a par e paço a linha do dinheiro, e a corrupção do poder, corrompe e transforma-se numa corrupção de cariz financeiro, onde os dinheiros dos contribuintes, ou seja, no caso do Brasil, dos cidadãos Brasileiros, passa a ser a moeda de troca nas jogatanas dos políticos eleitos para a regência do povo.

CORRUPÇÃO IMPÉRIO.jpg

Dizer que a corrupção tem uma cor política é hipocrisia minha. Essa ilação é perigosa e errónea. A corrupção existe onde há ‘fome com fartura’, ou no caso, de se roubar para enriquecer ‘ilicitamente’.
Como podem reparar, e estou a fazê-lo em consciência, para não deturpar factos concretos ou cair em incongruências numéricas, não estou a referir partidos ou representantes políticos de qualquer posição.
Estou a ir por uma linha ‘impessoal’, dita imparcial.

(Poderia utilizar os exemplos citados na Lista dos Escândalos Políticos no Brasil desde a década de 1960, mas prefiro ficar por conceitos de amplo espectro, uma vez que assim, não incorro em análises objectivas que possam ser indicativas de opções pré determinadas.)

Aquilo que posso imaginar, quer pelas sucessivas inflações, deflações, acertos de moeda, e crises sistemáticas que o Brasil atravessou até se centrar no Real como sua moeda forte, os valores desviados quer pela direita, quer pela esquerda, nos seus esquemas de corrupção, vieram num crescendo.
Da mesma forma, parece-me licito, ainda que especulativo, imaginar que o número de actos de corrupção, pela forma como os mesmos vão ganhando formas mais praticáveis e fáceis de serem cometidos, além do número de anos que partidos em alternância política vão ficando sucessivamente no poder, fazem crescer o número de actos de corrupção cometidos por cada Governo.

Evidente que esta constatação de facto não apaga, em nada, que a corrupção existe e fez, faz, parte da política. Ela quase parece ser indissociável do acto político. Quem de nós não reconhece o facilitismo de corromper um funcionário público para facilitar um acto demorado sabe bem aquilo que digo. Evidente que esse acto é ilícito e corresponde a um crime, mas quase todos já estivemos perante uma situação destas, e se elas já se me apresentaram em Portugal, suponho que no Brasil elas aconteçam também.

Depois existe a questão quantificável do número de investigações por corrupção, e se as mesmas se devem pelas políticas impostas pelo Governo em funções. É que isso parece fazer ver que na actualidade o número de casos reportados tem vindo a aumentar exponencialmente. As vozes da oposição dirão que o mesmo acontece porque antes o poder vigente tudo fazia por calar, e que agora se demonstra a verdade. Por outro lado há consequência inegável de que nunca, em outro tempo, a informação dita ‘viral’ esteve de tão livre acesso, em permanente comunicação, e com tantas formas de se transmitir, tornando as possíveis opacidades do passado, quase impossíveis no presente.
A resposta é dúbia e de ilação ponderável.

Mas regressando ao ponto principal do meu argumento. Há mais corrupção na esquerda ou na direita política Brasileira? (fazendo a dicotomia política sem referir o ‘centrão’ político como é óbvio)
Essa pergunta é uma falácia por si só. Não é quantificável. Sobretudo porque a investigação e preocupação da investigação por crimes financeiros ser, cada vez mais, no Mundo Ocidental, a principal acção a ser implementada pela Justiça.
Aqui em Portugal têm criado uma nova realidade apelidado de ‘justicialismo’, e pelo que leio na imprensa Brasileira, o Governo Brasileiro está sob um forte escrutínio das suas contas envolvidas em sucessivos escândalos de corrupção. Se eles, os esquemas de corrupção actuais, começaram com o actual Governo, é uma questão ingrata e que a História Política, politizada como o próprio nome indica, não fará justiça a todos os reais envolvidos.

Infelizmente a força do ‘justicialismo’, que se sente no julgamento de crimes de fraude financeira, será um pesado machado sobre os políticos que estão actualmente em funções, pois sobre eles recai a culpa que o cidadão, injustiçado, sente serem os reais culpados de toda a corrupção.

Ignoro a História Política Brasileira sobre o tema da corrupção ou tenho uma visão unilateral sobre os temas actuais daquilo que se passa no Brasil de Dilma Rousseff com o Partido dos Trabalhadores?
Penso que não, ainda que, como afirmei e afirmo, sou e serei sempre, parcial nas minhas posições, ainda que reconheça, sempre que me for mostrado, o erro que cometa.

O Brasil é 40 vezes, territorialmente, maior que Portugal e tem cerca de 20 vezes mais que a sua população. Mas naquilo que toca a corrupção, escândalos e fraudes fiscais, aprenderam tudo com a sua matriz lusa.
Só lhe deram uma escala Imperial.

1 Comment

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.