Há um nó de possibilidades desconexas que me assistem e que não logro ver revistas ou aceites nesta Sociedade do imediatismo facilitista que parecemos viver.

Se a sede profissionalizante vive afectada pelo mal, já antes por mim, catalogado nesse curriculum vitæ, que mais dizer destas valências que uma pessoa tem mas que não existem nesse comprovativo factível fora da experiência daquilo a que se chama vida?

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Nesse texto de Maio passado terminava com o confronto de passagem, qual rito de transformação, em que, após elencar o nexo, causa e efeito, deixava claro que o melhor do nosso CV Nacional era mesmo a Saudade. É ela quem nos traz de volta à terrinha, quando a restante terra grande demais se faz.

Mas e quando mesmo por aqui as valências de alguém entram nessa noção plana de uma ambivalência gritante na eterna espera desse comprovativo de aferição?

Porque é justo nesse impasse que sinto estar – eu como paradigma de uma geração – em que, apesar de não cumprir com os requisitos das longas listas, tétricas, onomatopeicas em configurações computorizadas, programações técnicistas; onde se aniquila de forma sistemática a existência de uma ideia criativa, capacidade Humana fora da grelha plana de um ecrã acrílico, sei que sou mais que um mero operário dos tempos modernos.
Um que se senta, enraizado na sua permanência, objectivado pelo seu CV de cursos permanentes para doar ao seu patrão a capacidade de, num único Ser (desumanizado e pago abaixo do SMN) concentrar as valências de vários.

Sinto-me cativo deste nó. De ser uma valência múltipla desencaixada desse paradigma Social que se diz estar a mudar sem que nada, na verdade, tenha mudado.
Apenas nos capacitamos em detrimento de sermos mais explorados para que o próximo não o seja, tornando a Sociedade mais egoísta nesta sobrevivência minimal dos maximistas.

Agora, escrito isto, nunca me fez tanto sentido a expressão “depressa e bem não há quem”, porque anda tudo a despachar-se de algo que não percebi bem o quê: a vida ou a morte?
Talvez a (ambi)valência que sustenta as duas: o dinheiro.

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