Há um pensamento latejante que me tem ocupado a mente e que precisa sair, encontrar liberdade e fazer sentido.
Neste mundo que roda em torno das crises criadas pelo Homem, nesta inglória luta dicotomizada entre quem é do bem contra aqueles que são do mal, eleva-se a pergunta sobre o valor da vida Humana.
Afinal de contas quanto vale a vida de cada um de nós?
Se num extremo olhamos os déspotas como Seres a abater pelo que representam, vemos naqueles que são afectados pela doença Seres a serem salvos enquanto um distante paraíso celestial por eles espera.
Façanha seja feita, pois no seu âmago, e com reconhecidas excepções, o Ser Humano é egoísta por natureza. Existe esse lado animal protector da auto-defesa (ou da defesa dos seus) que nos faz mais fortes enquanto matilha do que enquanto conjunto amorfo que responde por designações como Povo ou Nação.
Regressando à matéria capitalista em que este mundo se tornou, afinal qual a vida que maior valor tem? Será que há desnecessários da sociedade que poderia subsistir sem a sua existência, ou no fundo todos cumprimos um destino previamente traçado?
Nesta apoplexia mental que a queda de um Governo gera, parece que o mundo de uns se acabou terça-feira, e o de outros apenas começou quarta.
Ou será que o que se acaba é a injustiça relativa ao valor da vida de cada um? Será que bem vistas as coisas, e sem fazer o elogio ao estado social, ele na sua génese tem como bem maior a vida humana. Que afinal a riqueza maior que cada um tem é essa longevidade física assegurada por um sistema de saúde que insistem em fazer falhar. Numa morte que asseguraria o pagamento da vida daqueles que começam em detrimento daqueles que descontaram para se verem sem reforma. De que afinal de contas, o maior bem que insiste em nunca se fazer presente é o chamado bom senso. Esse mesmo bom senso que me dá perspectiva e faz ver: o maior bem da vida é ela própria.
Tudo o resto vem por arrasto.