Quem sabe o problema que a Sociedade da cega confiança atravessa se coloca nesta condicionante clássica que os Arquitectos estudam e fazem referente para a apropriação do relativismo do Ser Humano, seu cliente preferencial: a escala e a proporção.

Tudo na vida tem uma determinada escala, mas também uma determinada proporção.
Seguramente já o devo ter dito e repetido indeterminadas vezes para desafiar a lógica explanatória dos argumentos que aqui apresento diariamente, mas agora é sintoma sintomático daquilo a que, frontalmente, na inépcia da política de repetição aleatória, se repete num imberbe Portugal Democrático.

Num pequeno à parte de sistema lógico sobre os 41 anos de Democracia Portuguesa, apraz-me dizer que o Império do Ultramar não acabou com a Independência Africana, mas antes – ou depois, com a entrega de Macau à China, e assim sendo, a nossa metamorfose em pequeno Estado (de sítio) de pequenez só ocorreu em 1999, ou seja, somos uma Democracia territorial de fronteira intra Europeia à precisamente 15 anos. Ou supor-se-ia que o Euro seria utilizado em Macau também?

Regressando à escala deste errada proporção sem escala, e indo ao cerne de uma questão tão infinitamente pequena, vamos dar nomes a quem tem uma dimensão que relativiza tudo à sua prestação de escala sem escala.

Quando António Costa, o auto-proclamado Ghandi Lisboeta, diz que geriu bem a Câmara da Capital Portuguesa, pode até estar certo, mas não o pode relativizar para apropriar essa garantia de que o fará à escala de um País.
A escala de Portugal não está em conformidade com a de Lisboa, nem as responsabilidades a ele ligado se podem, de forma alguma, equiparar à gerência – ou ingerência; camarária.
Sim, é uma bandeira de aproximação, mas também brincar aos “pais e às mães” em criança é um aprendizado que se tem, o que não significa que seja a rampa de lançamento para se ser um Pai ou Mãe na idade adulta. Nem de perto ou de longe.

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Mas quando só se brincou de pais e mães na certeza de que essa brincadeira era um garante profissional, a verdade é que essa escala de proporção foi a tarimba que determinou o nosso nível de grandeza. penso que só assim se pode descrever a ambição de António Costa para não ter a capacidade de se demitir face ao inevitável:

Não logrou a maioria que se propôs.
Não conseguiu diferenciar-se por menos do dito poucochinho.
Alienou um terço do partido que estava com António José Seguro..
E conseguiu arredar o outro terço, o dos Socráticos, com a sua gestão errática de Sócrates.

(Falando em Sócrates, ainda existe?)

Agora resta-lhe um frangalho de peças que querem regressar a uma aura de poder vago onde existia um líder com escala e proporção, mas que tinha carisma. Costa não tem nenhum dos três atributos.

Em contrapartida a Esquerda Portuguesa tem.
Jerónimo de Sousa tem noção de escala e proporção. O partido esteve na sombra 40 anos para dar o perfeito golpe do baú –  e está a conseguir.
Catarina Martins tem o carisma. É uma actriz. Sabe moldar um público carente a uma imagem de volatilidade e veemência. Diz que o anterior Governo acabou sem que o Presidente ainda, sequer, se tivesse expressado.

E aqui chegamos, a este enredo psicótico que a escala e proporção das coisas atingiu por termos um Presidente da República incapaz de traçar uma linha compreensível, tangível e delimitada, onde o Constitucional se dissolve com o bel-prazer da vontade alheia.

Cavaco, 30 anos no poder, numa gangorra oportunista, anti-comunista primário, tem apenas uma escolha a tomar: ou deixa que a Esquerda tome o poder num acordo, sui-generis, de incidência parlamentar, ou deixa tudo em banho-maria até que o próximo Presidente que assuma o cargo resolva o problema.

Olhando para o cenário da Estabilidade dessa consonância da escala e proporção, não de uma tomada do poder, ao estilo do carisma inopinado de certos políticos de algibeira, direi que é preferível, ainda que sofrido, ficar a agoniar durante uns meses, numa tormenta destrutiva para quem se achou líder de maiorias e ficou por derrotas, e esperar que o mercado reaja melhor do que viver no sobressalto de uma memória PRECiana como o foi mal Catarina disse o que disse e as bolsas caírem só por se supor que ela poderia fazer parte do que Costa achou ser bom para o seu Portugal.

Porque se Cavaco der posse a Costa, prometo: em escala e proporção, deixo de escrever e partilhar o que penso.
Relativismo de apropriação.

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