Escrevo o texto desta manhã na sua véspera. Na verdade no sábado de noite (04/07/2015).
Sim, escrevo com antecedência – daí alguns tempos verbais e/ou datas virem vincados por excesso ou erro.
Não tenho presciência, tenho, quem sabe, bom senso.
Em Julho de 2011 estive na Grécia. Fui numa viagem típica de turismo industrial aos locais de reduto, sem programa, mas com manifesto.
Tudo o que eu não sou.
Há época estavam grandes protestos na praça Syntagma: o povo gritando, suicídios de desespero, emulações em Praça Pública.
Tanto ou tão pouco que a polícia de intervenção, ao nos ver – eu estava com três amigos; nos ter dito que “se este não é o vosso País, está não é a vossa preocupação.”
E não era.
E não é.
É?
Não sou Português, mas devo ter mais de Português em mim do que muitos que se dizem Patriotas.
Não o sou por opção – política até. Um compromisso de honra. Uma questão que a lógica desse ‘risco seguro’, quem sabe, explica.
A crise Grega é um desastre não pela crise em si.
Essa é semelhante à que ocorreu em Países como Portugal, Espanha e Itália.
Excluo a Irlanda por questões geográficas.
São Países que, ao entrarem na corrida do Euro, entravam em desigualdade.
Na minha memória da entrada na União Económica Europeia tinha os ditos do meu Pai a avisarem para a corrida de cavalos, todos diferentes, a terem de chegar à meta ao mesmo tempo, num pódio de igualdade.
Ideia simples, visão eficaz.
Nesse compromisso de igualdade, para que o desequilíbrio, pré Euro, fosse dado, dinheiro a fundo perdido foi disponibilizado ‘irmamente’ entre a União de força.
Só que a educação de base não era sintomática com o ensino de cada um.
Enquanto a nível Histórico, os outros Países Mediterrâneos têm uma posição de soberania inquestionável, herança passada de geração em geração, a Grécia foge desse reduto.
A permanência filogénica Turca em Atenas foi total. Os Gregos são mais Otomanos que a sua memória Democrática, e o despesismo da honra não é parte do conceito Europeu.
Se é de todos é meu, se é nosso, é nosso.
Nem vale ser sarcástico e falar nas exigências monetárias que a Grécia fez da entrada Ibérica na UE.
Itália não foi resgatada formalmente, mas é nebuloso no risco. Já a sua cultura imperialista é sobejamente conhecida, desde que foram o centro do ‘verdadeiro’ Império Europeu.
A Espanha, a vizinha rival, teve o pré aviso do resgate iminente. Soube-se comportar. Ou talvez não, mas isso é a enérgica dicotomia política que nos assiste.
Já Portugal, a terra dos saudosistas que partem e reclamam do mal daqui e do bem de acolá, vive nessa ideia da ‘terra, terrinha, minha memória da Pátria que um dia deixei pra trás’
Só que entre esse ir e voltar, há o manter de se estar.
Portugal, exceptuando os famosos 60 anos de silêncio, nunca perdeu a sua verdadeira soberania. (já a Grécia esteve sob ocupação Turca por 350 anos)
O tempo de formatação mental de uma geração, actual – entenda-se; são 35 anos, o que faz da nossa perda de soberania razão da rápida vitória sobre ‘nuestros hermanos’.
Já os verdadeiros Gregos estiveram estóicos e intocados por 10 gerações sem nada se misturar.
Só que nem 8 nem 80.
O ser-se diferente não é razão de dicotomia política. Isso não é a União. Pelo menos a Europeia.
E é justo que aqui entra o factor de igualdade diferente.
Não, a Europa não é igual. É diferente.
Muito.
E é essa a sua maior força.
A questão Grega existe porque a cultura inerente da Grécia é tanto ficcional quanto assumir a veracidade total dos factos históricos.
Não o são, nem nunca serão.
A história, recente – sobretudo; existe num limbo de alternância.
O #sim ou o #não do referendo de ontem não se prende com ficar ou não na Europa.
Isso é a demagogia da falta de educação e do ensino imposto.
Mesmo a saída do Euro, em clara e intransigente provocação politizada, é uma fútil discussão entre querer-se ser certo ou errado.
É que a História, a que fica, nos livros, é a correcta.
E o erro, muitas vezes, pode ser dizer sim a algo que na verdade não queremos.
Ou não a algo que desejamos.
E isso ser o correcto.
__#sim
__#não
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