Não leio a imprensa desportiva.
O conceito de entretenimento para as massas, no sentido estrito do futebol enquanto o desporto Rei, numa gigante máquina que poder, é algo que me ultrapassa.
Se a vida, a Humana, tem um valor, esse, para mim, foi taxado no dia em que o português Cristiano Ronaldo foi vendido ao Real Madrid por 96 milhões de euros.

É a sua transferência, o seu passe de jogo, uma operação bancária, um lucro, um investimento, uma troca comercial.
Um negócio feito na neutralidade Suiça de Zurique.

Claro que este tráfico Humano, de estrelas que são heróis em campo e deslumbre na vida fictícia que vivem, fazem parte de um arsenal megalómano de pura diversão.
Nem tanto ou tão pouco.

Atrás da cortina, onde o feitiço da FIFA ocorre, os direitos televisivos que patrocinam a engrenagem desta oleada máquina de Fair Play em campo, escondem aquilo que ontem se revelou numa mega operação conjunta entre o Departamento de Justiça Norte Americano e a Polícia Suiça.
14 elementos de topo, incluindo dois Vice-Presidentes, da Fédération Internationale de Football Association foram detidos em Zurique, na neutra Suiça, por corrupção, branqueamento de capitais e evasão fiscal no período relativo aos últimos 24 anos.

Alguns, aqueles que acreditam, desde sempre, no Fair Play de marketing, que tudo se trata de um engodo contra as eleições desta sexta feira, dia 29 de Maio de 2015, quando Sepp Blatter será eleito para o seu 5º, consecutivo, mandato enquanto Presidente da FIFA.
Por outro lado, já dias antes, porventura com conhecimento de causa, algumas vozes, tal como o Português Luís Figo, já se tinham pronunciado sobre a corrupção dentro da Federação, e por tal, desistido da sua candidatura à Presidência.

Eu não leio imprensa desportiva. Nem me interesso muito pelo conceito.
Mas quando a corrupção atinge, desta forma, o desporto Rei, significado e significante para tantos, quem sabe as pessoas se comecem a perguntar que Mundo é este em que vivemos?

Porque desta tarte, a Blatter Tart, andámos todos a comer.