Palmira é um reduto abandonado da existência Humana.
Sendo poucos aqueles que, antes da passada semana, sequer sabiam da sua existência, largada à sorte dos ardilosos que dela tomam posse.
Se o seu nome não invocasse o oásis de frondosas palmeiras onde existe, achariam tratar-se de uma vulgar mulher sem graça.
Enganam-se os ignorantes.
Palmira é um dos últimos marcos Históricos da nossa civilização Humana. Um reduto no deserto Sírio, entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Eufrates, a cerca de 210 km de Damasco.
Se na existência dos ecrãs acrílicos ela apenas se trata de uma imagem de adorno, em tempos bíblicos foi ponto de paragem obrigatório para quem quisesse sobreviver há travessia dos tempos agrestes do interminável ciclo desumano que a vida neste lugar se tornou.
Se Palmira era o símbolo da obrigatória paragem das rotas comerciais e dos nómadas matarem a sua sede, local onde uma Rainha se declarou Imperatriz fazendo frente ao Império Romano, hoje em dia é o que sobra da memória de um tempo em que nada mudava e tudo fazia menos sentido.
Parece, até, que nas cambiantes do Universo, algo mudou.
Nada muda e o Ser, Humano, não o é.
Palmira, agora, tem uma moral.
É amoral.
Palmira é mais uma que cai nas mãos do auto proclamado expansionista Estado Islâmico.
Será, certamente, destruída.
Mais uma imagem que fere os sentidos, mesmo de quem, na sua ignorância, desconhecia a sua existência até à duas semanas atrás. Porque a verdadeira moral, com a amoralidade disto tudo, é que Palmira deve ser o grito de alerta final de que a guerra entre quem se proclama dono da Liberdade de todos não pode ser dono do legado da Humanidade.
A solução é acrílica, tele-comandada, num vislumbre de distância e conforto.
Estado de sítio no Estado Islâmico: Bomba Atómica sobre eles.
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