Perante a adversidade imposta de assistir ao quadro político de ter assuntos cuja posse é assumida por partidos políticos como sua – o Partido Socialista associa a si o Serviço Nacional de Saúde (SNS) enquanto os Partidos de Esquerda, nomeadamente o Bloco, os Direitos Homossexuais (LGBT) – questiona-se a importância da causa da propriedade da Lei dos Homens.
Afinal de quem é essa propriedade?

Quando uma Lei, após a sua causa ser, com mérito própria e justificativa plausível, defendida por um partido, a quem pertence?
Ao partido, ao grupo que viu sê-la defendida, ou a todos nós que a assumimos ser nossa?

Se a pergunta merece uma resposta quase óbvia face ao que a Declaração dos Direitos do Homem defende na sua universalidade apolítica, aquilo que se assiste é uma politização de causídicos dentro de partidos para defenderem minorias como sustento político/partidário.
Se a mais velha profissão é aquela de que se diz Maria Madalena professar, seguramente os políticos têm a segunda mais velha justo porque fazem desse seu atributo de denegação acto da sua fé patrimonial.

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Só que o atributo de uma causa emocional é distinto de uma causa financeira. Se um SNS é algo mais financeiro, uma causa LGBT mexe em algo profundamente mais emocional.
Dizer-se politicamente dono de emoções, das causas que governam emocionalmente a vida das pessoas, é um risco demasiado grande para correr quando algo se torna uma Lei.

Se o que escrevo parece controverso ou sem sentido, basta ver o efeito causado pelo Bloco de Esquerda com o seu cartaz de “Jesus e os seus dois Pais” quando o tema já não tinha razão de ataque contra uma Sociedade que via na Lei obrigatoriedade de obedecer o que se lhe dizia que fosse, além de certo, correcto seguir.
Ou seja, chover no molhado nada mais traz que não seja defender causas que a todos pertencem e se diluem nessa identidade que a todos une.

Se o Serviço Nacional de Saúde foi um feito extraordinário que a História há de sempre lembrar que o Partido Socialista concretizou, a memória esquecerá como sendo algo que a todos pertence.
Da mesma forma parece incorrecto que um qualquer partido de Esquerda se assuma como proprietário de uma qualquer facção minoritária para fazer sua a sua causa, já que isso é algo que, quando a Lei – que já faz parte da Constituição – o determine, pertence a todos e a ninguém em especifico.

A causa e propriedade da Lei dos Homens é de todos e não é de ninguém.
Somos nós, o individuo, o seu zelador a tempo inteiro.
Nunca a Esquerda, a Direita, o certo ou o errado.
Apenas a isenção.

Notas:

Mais sobre o Direito Natural e sua Impostura Moderna.
Texto escrito após conversa com João Henriques.

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