Em 1992 o mundo entrava nos primórdios da delicodoce realidade que Orwell havia escrito em 1984. Não, não havíamos chegado a essa neorealidade de um totalitário Big Brother, mas estreava-se o Real World, um programa da MTV cuja premissa era seguir e vigiar a vida de desconhecidos norte americanos no seu dia-a-dia.
Ali se gerava a confluência daquilo que sempre viveu na psique humana, no sórdido proibido tornado permitido: o voyeurismo tornado entretenimento.

Em quase 30 anos, a novela da vida real tornou-se o divisionismo da vida privada.
As redes sociais são o nosso dilema e a sua ausência uma quase impossibilidade. O Big Brother passou de Aprendiz a Presidente na Casa Branca.

Mas hoje o Real World tornou-se real e a verdade deixou de ser entretenimento para quem nos entretém.
O New York Times publica uma contundente análise das muy ocultadas declarações fiscais de Trump. Donald Trump, o maior vigarista numa terra de vendedores da banha da cobra. Nunca os porcos triunfaram tanto no seu curral.

Hal Hefner | 2016 | CONSUMEpopculture.com

2020, um prólogo contemporâneo em novilingua para um 1984 em Digitalcracia.

“Perhaps one did not want to be loved so much as to be understood”
George Orwell

Deixe uma Resposta

Preencha os seus detalhes abaixo ou clique num ícone para iniciar sessão:

Logótipo da WordPress.com

Está a comentar usando a sua conta WordPress.com Terminar Sessão /  Alterar )

Imagem do Twitter

Está a comentar usando a sua conta Twitter Terminar Sessão /  Alterar )

Facebook photo

Está a comentar usando a sua conta Facebook Terminar Sessão /  Alterar )

Connecting to %s

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.