
Não raras vezes comentamos o quanto este país bateu no fundo – tendo em conta o quanto a ordem social e moral tem sido reiteradamente fornicadas por diversos atores que por aqui se têm arvorado.
A verdade é que já batemos no fundo há muito. E há muito que estamos apenas a chafurdar num lodo, esperando que algum D. Sebastião restitua a este país o minino de decência para a sua sobrevivência. Um país decente…
A incontinência verbal de Mamadou Ba na pseudo conferência sobre o racismo é revelador da mente primitiva e dos instintos básicos em que este individuo vive e, pior, o quanto damos como normal esta incontinência.
Mas, atente-se: o que mais me chamou a atenção neste episódio não foi a declaração retrógrada proferida, mas acima de tudo, a forma ligeira como os media e intelectuais de sofá reagiram (ou não) ao mesmo.
É uma questão de carácter, pois tal como disse Matin Luther King Jr; “Eu tenho um sonho de que um dia meus quatro filhos vivam em uma nação onde não sejam julgados pela cor de sua pele, mas pelo seu caráter.” E carácter é algo que não abunda no pensamento deste individuo. Senão, vejamos:
Mais importante do que criticar “o legado do homem branco que nos trouxe até aqui”, seria Mamadou explicar a “virtude” do homem negro – enquanto o “tal agente politico” que, na defesa dos seus povos, nomeadamente em África – onde os seus países, há muito sendo independentes e dispondo de recursos – são corruptos, quer por questões tribais, quer por mera ganância individual/oligárquica, deixando milhões a morrer à fome. Entre os países mais pobres do mundo, África lidera.
Por outro lado, verificar que este não é um conflito entre brancos e pretos. É a eterna disputa entre o bem e o mal; entre o racional e o primitivo; o bom senso e a sua ausência; a ordem contra o caos.

De forma incrível, ainda foi possível verificar a defesa de alguns sobre o dito, alegando que a afirmação tinha sido uma metáfora. Ou seja, o que é preciso não é matar o homem branco, mas sim, tudo aquilo o que ele representa, em particular, o mundo civilizado em que vivemos, nomeadamente o mundo ocidental.
O mesmo mundo ocidental que Mamadou escolheu para viver em detrimento do seu país de origem… Sobre carácter estamos falados. E não me venham com a história que são países submetidos ao interesse da supremacia branca. Isso é um claro atestado da incapacidade dos líderes negros em tomar conta do destino das suas nações. Abdicando do bem-estar do seu povo em detrimento do bem-estar de meia dúzia, corrompendo-se.
Aliás, o que tenho verificado nos últimos anos é a forma como muitos futuros líderes em África são meras marionetas do homem branco do mundo ocidental.
Apenas por mera ignorância histórica e sociológica é que estes ativistas de 5ª categoria insistem na narrativa do racismo. Se insistirem nesta narrativa de higienização social/racial da humanidade convido-os a estudarem o que foi a eugenia no princípio do século XX, adotado por países nórdicos à altura, e que tinha por objectivo eliminar todos os mancos, defeituoso e incapazes da sociedade. Isto, numa sociedade exclusiva de brancos.
Paradoxalmente, ao defender a morte do homem branco e o sistema civilizacional em que este vive, Mamadou legitima toda a barbárie cometida pelo mesmo homem branco contra os não brancos, no quadro daquilo que podemos entender como Darwinismo Social – não sobrevive quem é o mais forte mas sim quem melhor se adapta.
Mas não se iludam. Nada disto é inocente. Mamadu é um das pontas de lança de uma série de activistas que reclamam para si a luz do mundo, por esse mundo fora. Existe uma rede organizada, a nível internacional, que cresce, e que encontra eco junto dos frustrados contra a supremacia branca. A eliminação das estátuas, a intenção de reescrever a história são disso indicadores.
E o seu discurso de ódio, encontra eco em muitos nichos dentro da nossa sociedade. Não é por acaso o aumento do desrespeito contra as forças de segurança e um certo sentimento de impunidade que se tem vindo a perpetuar no seio da sociedade portuguesa.
Por último, num momento em que muito se discute a ultrapassagem das linhas vermelhas dos extremos ideológico/políticos em Portugal há muito que a esquerda radical ultrapassou, a alta velocidade estas linhas, com o claro propósito de impor uma nova ordem social, à força.
Da eliminação das forças de segurança à doutrinação nas escolas. Da bosta da bófia à morte do homem branco e tudo o que ele representa, é um passo.
Mas Mamadou e os seus fiéis que não se iludam.
Podem até achar que são livres nestas suas reivindicações mas serão sempre peões na mão de um homem branco qualquer.
Em boa verdade, são os verdadeiros House Nigga do século XXI e ainda não o sabem. Ou pior, sabem e aceitam, a troco de algum protagonismo e conforto material que o dito homem branco lhes oferece.
Texto original de José Luís Tavares